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OPINIÃO

'Terra e Paixão': Walcyr exagera em repetição e deixa público em looping

Colaboração para Splash

22/05/2023 04h00

Fefito, colunista de Splash, e Cristina Padiglione, colunista da Folha de S.Paulo, fizeram um balanço das primeiras semanas de "Terra e Paixão", novela que a Globo estreou recentemente no horário nobre, em substituição à mal-sucedida "Travessia".

"Acho que o Walcyr Carrasco [autor] exagerou um pouco no didatismo na novela. A gente chama de didático, mas na verdade ele está tratando o espectador como se ele enfiasse o sorvete na testa", comentou Padiglione, no Splash Show.

"Eu já não sou fã do texto do Walcyr Carrasco. Ele exige um formalismo no texto dele que é muito pouco coloquial, e é uma exigência dele que o texto seja dito assim, tatibitati, num jogral", concordou Fefito.

Outro problema apontado por ambos é o ritmo da narrativa de "Terra e Paixão". "Tem que avançar a história, e ele não está conseguindo avançar. Tem, sim, um looping meio desagradável para o telespectador que quer acontecimentos, quer avanço. Nesse sentido, a história vai mal", lamenta Padiglione.

"A grande qualidade do Walcyr Carrasco é a criação de tramas. Se ele desenvolve e resolve bem essas tramas, é uma outra questão - mas ele acelera muito bem as tramas, faz as histórias acontecerem muito rápido, como numa série. Essa novela, porém, está andando em círculos", observa Fefito.

Ele acredita, entretanto, que Carrasco ainda está em tempo de recalcular a rota e ajustar o que precisa ser ajustado. "Não sou o maior fã dele, mas acho que, se tem um autor que sabe consertar [um trabalho] com base no que o público acha, é ele."

O programa Splash Show é exibido ao vivo de segunda a sexta-feira, às 13h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias do dia e comentários. Assista à íntegra: