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José de Abreu critica STF por travar votação que pode liberar maconha

O ator José de Abreu cobrou celeridade de Gilmar Mendes no julgamento da liberação da cannabis em pauta no STF - Zô Guimarães/UOL
O ator José de Abreu cobrou celeridade de Gilmar Mendes no julgamento da liberação da cannabis em pauta no STF Imagem: Zô Guimarães/UOL

Colaboração para Splash, em Maceió

27/12/2022 15h31

O ator José de Abreu, 76, criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) por travar a votação em plenário que pode liberar o uso pessoal de maconha, em pequena quantidade, em todo o país.

Em seu perfil no Twitter, Abreu repercutiu uma notícia da colunista do UOL Carolina Brígido sobre a Corte ter 484 julgamentos paralisados por pedidos de vista dos ministros. As pautas são múltiplas.

Uma dessas pautas, conforme apontou o famoso, é justamente a que pode liberar o porte de maconha para os brasileiros.

Votação começou em 2015 e foi paralisada a pedido do então ministro Teori Zavascki

Ao contrário do que disse José de Abreu, o ministro Gilmar Mendes, relator da ação que prevê a descriminalização do uso da maconha no Brasil, votou a favor da pauta. O voto dele foi acompanhado por Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.

Próximo a votar, Teori Zavascki pediu vista do caso e o processo ficou parado em seu gabinete até janeiro de 2017, quando ele morreu em um acidente aéreo.

Substituto de Zavascki, Alexandre de Moraes liberou a pauta para votação no plenário em novembro de 2018, mas, desde então, continua ignorada pelos então presidentes da Corte: Dias Toffoli, depois Luiz Fux — ambos optaram por ignorar o tema, a fim de evitar atrito com a gestão de Jair Bolsonaro (PL), que é contrário a proposta. Nova presidente do STF, Rosa Weber assumiu em setembro e pode colocar a pauta para votação.

Se aprovada pela maioria dos ministros, a ação cancela o artigo 28 da Lei Antidrogas que veta a compra, o armazenamento e o transporte de qualquer droga para consumo pessoal. Logo, com a aprovação ocorrerá a descriminalização do consumo.

Como o julgamento tem efeito de repercussão geral, uma vez decretada a inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei Antidrogas, aqueles que respondem a processos pela tipificação desse artigo terão seus processos extintos.

Entretanto, mesmo que aprovado, isso não necessariamente quer dizer que a venda da maconha será legalizada no país. A ação proíbe apenas a criminalização daqueles que forem flagrados com a cannabis para uso pessoal, em uma quantidade estipulada pela Corte para não ser tipificada como tráfico.

Em 2017, Luís Roberto Barroso cobrou "ousadia" do STF para aprovar o uso pessoal da maconha em todo o país.

O magistrado apontou que a legalização combateria o tráfico nas comunidades carentes e reduziria os casos de vítimas inocentes que morrem por causa de bala perdida em favelas e de jovens humildes cooptados pelo tráfico.