Topo

Velório de Erasmo Carlos será fechado a familiares e amigos

Erasmo Carlos não terá velório aberto ao público - Guto Costa/Divulgação
Erasmo Carlos não terá velório aberto ao público Imagem: Guto Costa/Divulgação

De Splash, em São Paulo

22/11/2022 19h40

O velório do cantor Erasmo Carlos, que morreu hoje, aos 81 anos, no Rio de Janeiro, não será aberto ao público. De acordo com a equipe do músico, o sepultamento será restrito a familiares e amigos do artista.

O horário e local do velório de Erasmo não foi informado. A família do artista recomendou que os fãs que gostariam de fazer uma despedida ouçam suas obras para deixá-lo "mais feliz e amado".

O velório será fechado à família e amigos íntimos. Quem quiser homenageá-lo, escute suas músicas, suas mensagens. Nada o faria mais feliz e amado!
diz o comunicado

"No dia do músico, nosso amado Erasmo Esteves, o Erasmo Carlos, o Gigante Gentil, o Tremendão, o Pai do Rock Nacional, se despediu. Erasmo criou, amou, acompanhou a cada um de nós nos momentos importantes das nossas vidas. E além de todas as maravilhas que compôs e cantou durante décadas, ele nos deixou recados: o futuro pertence à jovem guarda. E que é preciso saber viver! Vamos continuar cuidando das novas gerações, por nós e por ele", completa a nota.

O "Tremendão", como era conhecido por sua paixão pelo Rock e por Elvis Presley, deixou a mulher Fernanda e três filhos.

Um dos maiores nomes do rock nacional, Erasmo Carlos estava internado no Hospital Barra DOr, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, desde o dia 2 de novembro. Ele apresentava quadro de paniculite complicada por sepse de origem cutânea.

A paniculite pode surgir em decorrência de infecções, lesões e doenças autoimunes — sintomas típicos incluem caroços sensíveis e vermelhos debaixo da pele. Já a sepse é uma doença que resulta de uma reação exagerada do corpo a algum tipo de infecção causada por vírus, bactéria ou fungo.

Essa resposta inadequada pode levar ao mau funcionamento de um ou mais órgãos, com risco de morte quando não descoberta e tratada rapidamente. Essa infecção pode ser bacteriana, fúngica, viral, parasitária ou por protozoários.

Erasmo Carlos morre aos 81; relembre sua história

Nascido Erasmo Esteves, ele adicionou o Carlos no nome artístico em homenagem ao seu amigo e maior parceiro musical, Roberto Carlos, e também a Carlos Imperial, produtor musical com quem escreveu canções como o rock "Eu Quero Twist" e de quem foi secretário pessoal.

Com 29 álbuns de estúdio, lançados entre 1965 e 2019, e cinco discos ao vivo, Erasmo Carlos foi um dos pioneiros do rock n' roll no Brasil, estilo musical que adotou desde o início da carreira influenciado por um de seus maiores ídolos, Elvis Presley. Foi uma das músicas que fez muito sucesso na voz do rei do rock - "Hound Dog" - que o aproximou de Roberto Carlos ainda na década de 1950.

Da parceria de Erasmo e Roberto Carlos nasceriam clássicos como "Minha Fama de Mau", "É Preciso Saber Viver", "Amigo", "Gatinha Manhosa", "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno", "Se Você Pensa", "Além do Horizonte" entre outras canções que marcaram gerações.

Nascido no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio, Erasmo Carlos também conviveu com Tim Maia desde a infância, parte da turma da Tijuca. Foi o Síndico quem o ensinou a tocar violão. A cena aparece na cinebiografia "Minha Fama de Mau", lançada em 2019.

Em seu penúltimo álbum, "Amor É Isso", Erasmo Carlos lançou "Novo Love", uma parceria póstuma com Tim Maia. A música é uma versão em português de Erasmo para "New Love", lançada por Tim Maia em 1973. Em uma entrevista ao programa "Conversa Com Bial", em 2018, Erasmo contou que já conhecia a canção desde 1961, quando Tim estava morando nos Estados Unidos e enviou a gravação em um compacto para a namorada na época.

Antes de se lançar em carreira solo, Erasmo Carlos participou do grupo The Boys Of Rock, rebatizado de The Snakes por Carlos Imperial, com Arlênio Lívio, Edson Trindade e José Roberto, o China. O The Snakes chegou a acompanhar Cauby Peixoto no primeiro rock brasileiro, a canção "Rock N' Roll Em Copacabana", de 1957.

Em 1965 Erasmo Carlos estouraria de vez com a Jovem Guarda. O programa exibido pela TV Record era apresentado por ele, Roberto Carlos e Wanderléa, criando um movimento cultural de música e comportamento iniciado com os três. Essa época também está detalhadamente representada na cinebiografia de Erasmo dirigida por Lui Farias.

No cinema, Erasmo atuou em "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa" (1970), Roberto Carlos a 300 Quilômetros Por Hora" (1971), ambos dirigidos por Roberto Farias, pai do cineasta que faria sua cinebiografia quatro décadas depois. Ele ainda participou de "Os Machões" (1972), "O Cavalinho Azul" (1984) e Paraíso Perdido" (2018). Em 2020 estreou na Netflix no filme "Modo Avião", em que interpreta o avô de Larissa Manoela. É o filme de língua não-inglesa mais visto da plataforma.

Na vida pessoal, Erasmo Carlos sofreu com duas grandes perdas. Narinha, o grande amor de sua vida com quem ficou casado por 15 anos, suicidou-se em 1995, quatro anos após se divorciar do cantor. Já seu filho do meio, Alexandre, morreu aos 40 anos em 2014 após um grave acidente de moto.

Com Narinha, Erasmo ainda teve Gil Eduardo e Leonardo Esteves. Ele deixa os dois filhos, netos, e a atual esposa, a pedagoga Fernanda Passos, de 32 anos.