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Zeca Camargo: Gal Costa era aguda e doce na voz e nas opiniões

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/11/2022 13h28

O apresentador Zeca Camargo relembrou parte da trajetória da cantora Gal Costa, que morreu hoje, e destacou como ela conseguia se posicionar através de sua música sem que aspectos de sua vida pessoal se sobrepusessem a isso. Ele também definiu a cantora como uma pessoa aguda e doce tanto na voz quanto em suas opiniões.

"Falando com Carlinhos Brown agora pouco para definir a voz dela, ele falou que era aguda e doce. Aí fiz um paralelo de que ela era uma pessoa que você entendia exatamente o que queria dizer, a posição política dela. Ela era aguda nas opiniões, mas tudo passado com doçura", disse durante participação no UOL News.

"A força da arte, da voz e da música da Gal tinham que ser sempre maiores e ela conseguia. Não tinha censura e não tinha nada que não pudesse ser dito, mas isso era feito com suavidade", completou.

Zeca ainda afirmou que Gal Costa será lembrada primeiro por sua arte e depois por aspectos de sua vida pessoal. O jornalista fez questão de destacar também a habilidade artística da cantora.

"Ela era uma esponja incrível e maravilhosa para pegar todas as tendências. Ela cantou as músicas mais improváveis, e improváveis não porque não fossem boas, mas eram estranhas e diferentes, ousadas musicalmente. Além disso, ela foi acompanhando [as mudanças] ao longo das décadas. (...) assim como Elza Soares, ela tinha uma curiosidade e vontade de saber o que estava sendo feito".

Tales: Gal Costa cantou contra ditadura e teve participação política forte

"Foi uma cantora que participou dos movimentos contra a ditadura militar, cantou junto com os Novos Baianos contra a ditadura e participava de festivais fora do país, especialmente na América Latina. Ela tem uma participação política forte, mas na música não tem nem comparação", disse o colunista do UOL Tales Faria sobre Gal Costa.

Ele também elogiou a atuação da cantora, sempre lutando por pautas sociais ao lado de populações historicamente marginalizadas.

"Ela era uma expressão de modernidade. Ela trouxe um ar de modernidade e expressão comportamental de protesto contra o atraso. A Gal teve momentos de defesa dos direitos LGBT, da liberação das drogas e [participou] de uma série de movimentos que ela entrou e eram de contestação contra a caretice em geral".

Jards Macalé relembra último recado para Gal Costa e lamenta: 'Minha irmãzinha'

O cantor e compositor Jards Macalé revelou durante participação no UOL News seu sentimento com a notícia da morte de Gal Gosta. Ele disse que estava combinando a participação da artista em seu próximo álbum quando deixou de receber notícias de Gal, há cerca de um mês. "Estou chocado com essa notícia. Isso é uma loucura principalmente porque nós temos uma amizade muito grande. É a minha irmãzinha".

Macalé, que relembrou suas parcerias com a cantora na década de 70 e 80, também revelou qual foi sua última mensagem para a amiga.

"Estávamos mantendo a correspondência via WhatsApp e, em algum momento, Gal silenciou. Eu estava achando tão estranho porque a gente tinha combinado tudo, e ela silenciou. Eu mandava 'bilhetes' [mensagens de WhatsApp]. No último bilhetinho, botei: 'onde é que tá tu mulher'. E ela num silêncio profundo", completou.

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