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Em fala racista, Regina Duarte questiona falta do Dia da Consciência Branca

Regina Duarte questiona quando haverá o dia da consciência branca Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para Splash, em São Paulo

21/11/2021 18h22Atualizada em 21/11/2021 18h43

Regina Duarte, de 74 anos, polemizou, na manhã de hoje, ao pedir o "Dia da Consciência Branca" como protesto a data de comemoração do Dia da Consciência Negra - que foi celebrado ontem. A atriz usou vídeo sobre pedido para não discutir o racismo para dizer as pessoas que temos de olhar para o futuro sem discutir o passado. Nas imagens, Morgan Freeman aparece falando do tema. No entanto, ela não mostra que é antigo e o próprio ator mudou de ideia.

Em postagem no Instagram, a ex-secretária da cultura do governo Jair Bolsonaro (Sem Partido) compartilhou um vídeo viral de Morgan Freeman dizendo que para "combater o racismo é melhor não falar do tema". Na legenda, ela questionou sobre quando haverá o dia dedicado a pessoas brancas.

Ontem, foi comemorado o Dia da Consciência Negra. Quando teremos o Dia da Consciência Branca, Amarela, Parda? Quanto tempo vamos ainda nos vitimizar ao peso de anos, de séculos de dor por culpas antepassadas?

A atriz sugere que o tema do racismo não seja mais abordado por hoje vivemos uma realidade em que todos 'somos seres humanos e irmãos'.

Quando vamos parar de olhar para trás e enfrentar o hoje e nós olharmos com a coragem da cara limpa? Maduros, evoluídos, conscientes de nossa luta, irmanados em nossa capacidade, de sermos ? HUMANOS? Simplesmente IRMÃOS?

Por mais que tenha gerado apoio de alguns seguidores, Regina Duarte foi criticada por diversos fãs no Instagram. Alguns comentários chamavam a atriz de racista.

Não compartilhe o vídeo de Morgan Freeman

Há mais de uma década a cada 20 de novembro — Dia da Consciência Negra — ao menos uma pessoa desavisada compartilha o vídeo viral de Morgan Freeman no programa "60 Minutes", com Mike Wallace, em que o ator fala que, para se combater o racismo, é melhor não falar dele.

Entretanto, como bem lembrou Dodô Azevedo em sua coluna Quadro-Negro, na Folha de S.Paulo, o ator reviu seu posicionamento e "aderiu ao movimento Black Lives Matter nas redes sociais para dar corpo a um projeto. Que seus seguidores negros contassem suas histórias de racismo sofrido."

A jornalista Cristiane Guterres, colunista do UOL, explica que "não falar sobre o racismo não faz com que ele deixe de existir."

Você pode escolher negar a realidade para escapar de uma verdade desconfortável, mas ela continuará existindo e a nossa abstenção a transformará em algo muito violento pro lado oprimido do sistema.

Ela ainda alerta que a ausência de empatia de brancos com pretos "nos custa vidas e sonhos".

O romantismo em torno do mito da democracia racial no Brasil fez com que muitas pessoas não entendessem a profundidade da questão.

"Mas, na atualidade, insistir em continuar não entendendo é uma escolha que tem um preço alto para toda a sociedade."

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