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Musicais no cinema e streaming dão ânimo para enfrentar 2021

Cena da animação musical 'Central Park' Divulgação

27/06/2021 04h00

"Em um Bairro de Nova York", que estreou no Brasil na última quinta-feira, é apenas o primeiro de uma série de musicais programados para este ano. O filme, baseado no espetáculo que venceu quatro Tonys e revelou Lin-Manuel Miranda antes de Hamilton, é dirigido por Jon M. Chu.

Ele acha fácil entender o apelo.

"Eu acho que os musicais são um gênero testado e aprovado. Música e dança são uma linguagem que todo o mundo fala. Casadas a emoções, são a perfeição." Jon M. Chu

Miranda está por trás de vários desses projetos. Ele compôs as canções da animação "Vivo", vendida pela Sony para a Netflix, e também faz a voz do personagem principal, um jupará cubano. E é ainda o autor das músicas de "Encanto", animação da Disney que se passa na Colômbia.

Imagem: Divulgação

Lin-Manuel Miranda também estreia na direção de cinema no musical "Tick, Tick... Boom!", da Netflix, com Andrew Garfield e Vanessa Hudgens. E, para 2022, prepara novas canções para a versão live-action de "A Pequena Sereia".

Estão programadas ainda versões cinematográficas de grandes sucessos da Broadway, como "Dear Evan Hansen", que ganhou seis Tonys com músicas de Benj Pasek e Justin Paul, e do West End, como "Everyone’s Talking About Jamie", de Dan Gillespie Sells e Tom MacRae. Ambos estreiam nos EUA em setembro.

Até Steven Spielberg investiu no gênero, com uma nova adaptação de "West Side Story", espetáculo da Broadway de 1957, transformado em filme em 1961 e lançado no Brasil com o título "Amor, Sublime Amor", com direção de Robert Wise e Jerome Robbins. O filme ganhou 10 Oscars.

O longa de Spielberg, adiado por causa da pandemia, chega no fim do ano com roteiro de Tony Kushner baseado no material original de Arthur Laurents, com música de Leonard Bernstein e Stephen Sondheim. É estrelado por Ansel Elgort, Rachel Zegler e Ariana DeBose.

Tem gente que torce o nariz. Mas o gênero costuma ser bem-sucedido. Para cada fracasso como "Cats", há "O Grande Show" e "La La Land - Cantando Estações", que fizeram mais de US$ 400 milhões, e "Frozen" e "Frozen 2", cada um passando de US$ 1 bilhão. Sem contar a biografia "Bohemian Rhapsody".

Na Broadway não é diferente, com peças como "The Book of Mormon" (2011), "Hamilton" (2015) e "Dear Evan Hansen" (2016) apresentando os musicais a novas gerações. Josh Gad, que fez "The Book of Mormon" e é Olaf nos dois "Frozen", acredita que os musicais são descolados novamente.

“Eles se conectaram com os millenials e a Geração Z como não víamos desde os anos 1960. São um evento. As pessoas mal podem esperar para ouvir as canções.”
Josh Gad

Por essa razão, ele decidiu levar o gênero à TV e produz, em parceria com Loren Bouchard ("Bob’s Burgers"), "Central Park", uma animação musical com uma média de quatro canções originais por episódio de meia hora. A segunda temporada estreia na sexta (25) na Apple TV+.

Na série, Gad é o narrador, Birdie, que bisbilhota a vida de Owen (Leslie Odom Jr.), administrador do Central Park, em Nova York, onde vive com a mulher, Paige (Kathryn Hahn), e os filhos Molly (Emmy Raver-Lampman) e Cole (Tituss Burgess). O parque é ameaçado pela milionária Bitsy (Stanley Tucci).

"Central Park" confia em talentos da Broadway. Odom Jr., Daveed Diggs (que faz Helen, assistente de Bitsy) e Raver-Lampman, que substitui Kristen Bell na segunda temporada após críticas por uma atriz branca fazer uma menina birracial, são de "Hamilton". Burgess fez "A Pequena Sereia", entre outros.

Outra estrela de "Hamilton", Renée Elise Goldsberry, está na divertidíssima "Girls5eva", uma comédia produzida por Tina Fey sobre a reunião de uma antiga girl band dos anos 1990. Goldsberry faz a deslumbrada Wickie, parceira de Dawn (Sara Bareilles), Summer (Busy Philipps) e Gloria (Paula Pell).

A série, que ainda não tem previsão de estreia no Brasil, não é um musical clássico com gente que começa a cantar de repente, mas a história de um grupo que tenta encontrar um novo caminho aos 40 anos, revendo criticamente o que fizeram quando eram jovens.

“É um sonho. Tem comédia e música, empoderamento feminino e uma história intensificada, mas muito baseada na realidade.”
Sara Bareilles

A inglesa We Are Lady Parts, também sem data de estreia no Brasil, vai no mesmo caminho, só que focando numa banda punk de meninas muçulmanas.

Já "Schmigadoon!", que chega à Apple TV+ em 16 de julho, revisita os musicais dos anos 1940 e 1950. Mas, claro, com o olhar de 2021.

Imagem: "Schmigadoon!"

Na série, Josh (Keegan-Michael Key) e Melissa (Cecily Strong) são um casal em crise participando de um retiro. Depois de fazer uma trilha, vão parar numa cidade onde todos cantam e dançam, como num musical.

“É uma celebração dos musicais antigos, mas estamos usando esta oportunidade para desconstruí-los e comentar coisas que eram problemáticas. Sempre focando no positivo.”
Cinco Paul, criador de Schmigadoon!

É bom lembrar que o próprio registro em vídeo de "Hamilton" foi um grande sucesso para o serviço de streaming Disney+. Segundo dados da Samba TV, foi visto em 2,7 milhões de casas americanas nos dez dias pós-lançamento no ano passado.

Tradicionalmente em Hollywood, os musicais tiveram um papel importante em momentos de incerteza, crise, confusão - como no pós-guerra, por exemplo. Josh Gad acha que tem a ver com os tempos atuais.

"Há algo no mundo em que vivemos que faz com que o escapismo e cantar para expressar emoções seja muito inspirador e atual."
Josh Gad

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