Em Madagascar, você pode visitar um cemitério de piratas de verdade
Marcel Vincenti
Colaboração para o UOL
10/09/2019 04h00
Nos dias de hoje, as pessoas entram em contato com histórias de piratas principalmente através de filmes de Hollywood.
Mas, além das aventuras fantásticas de Jack Sparrow e similares, você sabia que, na África, é possível conhecer um lugar que realmente pertence ao mundo dos corsários?
Na ilha de Nosy Boraha, em Madagascar, existe um antigo cemitério de piratas que é aberto a visitas turísticas.
É um local pequeno, forrado por muita vegetação, pontuado por sepulturas desgastadas pelo tempo e situado sobre uma colina verdejante, com vista para o mar lá embaixo.
Nos séculos 17 e 18, Nosy Boraha (que à epoca era chamada de Île Sainte-Marie) foi reduto de centenas de corsários (alguns deles famosos até hoje, como Thomas Tew, Olivier Levasseur, John Taylor e John Pro).
Eles usavam este pedaço de terra como base para seus ataques contra embarcações que navegavam pelo oceano Índico e como local para comercializar as mercadorias que conseguiam roubar durante os assaltos.
A ilha oferecia áreas propícias para a atracação de navios e estava bem na rota marítima entre o oceano Atlântico e a Ásia, por onde, naquele tempo, eram transportadas enormes riquezas.
Como testemunho desta época, sobrou o cemitério em questão, com dezenas de túmulos à mostra para os visitantes.
Uma das lápides exibe o símbolo mais famoso da pirataria: a caveira sobre dois ossos cruzados. Mas, em muitas delas, as inscrições estão ilegíveis.
Histórias e lendas
Durante passeios guiados pelo cemitério, os turistas aprendem sobre as lendas envolvendo a Île Sainte-Marie.
Um dos relatos afirma que a ilha foi o local onde existiu a mítica Libertalia, uma espécie de nação de piratas com um conjunto de lei próprias e que dispensava um tratamento igualitário a seus cidadãos.
Não há comprovações de que uma sociedade composta desta maneira existiu na Île Sainte-Marie ou em qualquer outro lugar do mundo, mas se trata de uma história muito famosa no universo da pirataria.
Há também as pessoas que acreditam que, na ilha e em seus arredores, ainda estão escondidos ou afundados no mar grandes tesouros roubados pelos corsários.
A ilha deixou de ser um lar da pirataria ainda no século 18, época em que a França tomou controle do local.
Para explorar este pedaço de terra (e, principalmente, o cemitério), é possível contratar os serviços de guias na cidade de Ambodifotatra, o principal centro urbano de Île Sainte-Marie.
E, lá, aproveite para curtir outros pedaços da ilha, que exibem praias lindíssimas.