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Aceita? Salgadinho 'frito' na areia viraliza; snack é queridinho na Índia

Snack 'frito' com areia é popular em países da Ásia Imagem: Reprodução/X

De Nossa, em São Paulo

20/03/2024 04h00

Um vídeo de um salgadinho "frito" com areia chamou atenção nas redes sociais. "A melhor maneira até agora de fazer comidas crocantes", disse uma espectadora.

Apesar de parecer inusitada, a técnica é antiga e muito comum na Ásia. Além disso, quem provou afirma: o salgadinho fica muito saboroso.

O que é?

Frequentemente visto na Ásia. O salgadinho "frito" na areia é muito comum no cotidiano da Índia, onde ganha nomes como Fryums (pronuncia-se Fra-yum-s), Far Far e Bobby. Mas também em alguns países da região, como o Paquistão e a Indonésia. No país do sudeste asiático, há lugares em que o salgadinho é pejorativamente chamado de "poor cracker" — algo como "biscoito de pobre", na tradução livre.

Depois de frito, pode ser temperado. Pode colocar sal e páprica picante por cima para intensificar o sabor.

São baratos (em torno de R$ 0,50) e vendidos por peso. Eles são colocados na balança antes de serem levados ao tacho — ou em quantidade que o vendedor decidir — uma sacola ou saco de papel cheios, por exemplo.

Pode ser encontrado perto das escolas, pois as crianças adoram, e também em lugares públicos, ruas famosas e movimentadas da cidade e pontos turísticos. Ou comprado cru para fazer em casa.
Saurabh Shah, desenvolvedor de TI indiano radicado no Brasil

Origem

A técnica é usada há centenas de anos por diferentes grupos culturais. O café turco (Türk kahvesi) é preparado também em areia quente e sua história remonta.

Não é qualquer ingrediente que pode ser submetido à técnica. Mas a lista também não é pequena. Basicamente, consegue-se "fritar" todo alimento que contenha, ou seja à base de amido e farinhas — de milho, de batata, de mandioca e araruta, entre outros —, desde que seco.

No caso dos snacks, é feita uma pré-cocção da massa, que depois é desidratada. Mas sempre fica um pouco de umidade residual. Quando ocorre o contato com a areia quente, essa água residual é aquecida e o alimento acaba pururucando.
Fred Caffarena, chef do Make Hommus Not War

A "fritura" é feita com areia bem fina em uma chapa ou panela de metal. Como os grãos têm tamanho reduzido, consegue-se distribuir a temperatura uniformemente entre eles, da mesma maneira que ocorre com líquidos — caso da água e do óleo de cozinha.

Quando aquecida, a areia atinge temperatura bastante alta. Por isso, o processo de cocção é possível. Assim, as moléculas de amido presentes nos snacks se agitam rapidamente e se afastam. "Isso faz com que o alimento se expanda", explica Andréia Lange de Pinho Neves, engenheira de alimentos e professora da Estácio.

Processo também pode ser feito com sal. Ambos têm pontos de fusão muito altos — superior a 1700 °C e 801 °C, respectivamente — e não transferem o sabor aos alimentos, mas isso não significa que sejam totalmente descartados quando os snacks passam pela peneira, antes de serem consumidos.

Técnica é bem mais barata. O custo da areia (de construção civil, mesmo), aquecida com fogo, sai bem mais em conta quando comparado ao método tradicional, ou seja, a fritura por imersão, utilizando-se gás de cozinha.

Não tem no Brasil. A não ser em uma ou outra casa especializada em alimentos do país asiático. Porém, há alternativas que podem render o mesmo resultado, inclusive o conhecido mandiopan.

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