Joias para decorar a casa: como nascem as esculturas de Nara Ota
Carol Scolforo
Colaboração para Nossa
08/12/2020 04h00
Formada em arquitetura, a artista dirige sua marca homônima, que cria esculturas de diversos materiaisNara Ota
Quem é:
Inquieta, inventiva, ávida por descobrir materiais novos, Nara Ota se sente como uma das meninas que estão sempre em suas criações. Bailarinas, cowgirls e tantas outras surgem com leveza, graciosas para encantar em esculturas ou objetos utilitários que cria há seis anos.
Nara cresceu vendo a mãe, Marisa Ota, desenvolver projetos de decoração e tornar-se a curadora da Feira Paralela Design, uma das mais importantes do país.
"Convivi com isso desde os sete anos de idade. Sentava numa reunião para saber como seria a exposição dos Irmãos Campana", conta.
Nesse terreno fértil ela desenvolveu seu olhar para a arte. Quando decidiu cursar arquitetura já havia aprendido fotografia, cerâmica e outras técnicas. Formada, percebeu que a profissão trazia um lado mais racional ao dia a dia, ela se frustrou.
Encantos no caminho
"Vi que faltava encantamento no processo. Pensei em partir para a joalheria, mas lá senti falta da questão do lar, que era muito forte. Por isso resolvi unir as duas coisas, criando objetos que seriam joias para a casa", conta.
Em 2014 ela começou a criar a partir da coleção de bonequinhas que tinha em mãos. "Fiz um cenário para elas, coloquei em uma redoma e as pessoas se apaixonaram. Comercializei e foi a primeira vez que entrei nessa história de objetos."
O sucesso aconteceu na feira Paralela, onde ela ganhou espaço gratuito, naturalmente, para revelar sua arte. "Pulei muitos caminhos e fui privilegiada, tudo estava na minha mão", reconhece.
Embora tivesse portas abertas e uma grande loja de decoração interessada em vender suas peças, a produção se tornou cada vez mais complexa. A dedicação sempre foi enorme, ela diz. Os bastidores envolvem força.
Nara se inspira e transpira
As ideias surgem desordenadamente, a todo momento. Nara chega a passar semanas debruçada sobre papeis, em busca de traduzir todas. Depois disso, cada escultura ganha um material — pode ser vidro, cerâmica, porcelana, metal, pedra — e a trajetória envolve banhos, fotocorrosão e outros acabamentos.
"A modelagem é feita em 3D. Modelo, imprimo e depois faço o processo manual. É como uma joia mesmo, cada peça tem sua montagem e são várias as mãos que atuam sobre ela", conta, sobre os parceiros — que lhe são muito importantes e valorizados.
Desenho um monte de coisas e elimino várias. Inclusive tenho vários protótipos eliminados."
Por todas as etapas que envolvem tanto cuidado manual, os objetos ganham status de joias para a casa. Ser artista é... "uma complexidade de sentimentos, uma inquietação muito grande".
É uma residência onde o artista pode desenvolver seu projeto da melhor forma possível, em uma fábrica ?perfeita?, nas condições ideais. Esse perfil me ajuda a entender um pouco do que está acontecendo no mundo do design mundial. É uma referência de lançamentos e descobertas interessantes.@s que me inspiram
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