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Marin se declara inocente nos EUA; juiz estabelece fiança de US$15 mi

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03/11/2015 16h37

ZURIQUE/NOVA YORK (Reuters) - O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin se declarou inocente de acusações de suborno em um tribunal dos Estados Unidos nesta terça-feira, após ter sido extraditado da Suíça no caso de corrupção que abalou a Fifa.

Um juiz determinou fiança de 15 milhões de dólares e prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.

O brasileiro falou através de um intérprete diante do juiz distrital Raymond Dearie, em audiência no Brooklyn, em Nova York, horas depois de ter chegado em um voo de Zurique, onde ele foi preso em maio.

Marin pareceu ter problemas ao ficar em pé durante a audiência, interrompida brevemente por Dearie para perguntar se ele estava se sentindo bem.

Marin, de 83 anos, presidiu a CBF de 2012 a abril deste ano e foi o presidente do comitê organizador local da Copa do Mundo de 2014. Ele é um dos sete dirigentes ligados à Fifa que foram presos em maio em um hotel de Zurique, após serem indiciados pelos EUA por acusações de corrupção.

O brasileiro é acusado de receber propinas milionárias em relação a contratos de direitos de marketing esportivo e vinha lutando contra a extradição, mas na semana passada concordou em ser extraditado.

O ex-presidente da CBF é um dos dirigentes de alto escalão com quem a empresa de marketing esportivo Datisa negociou e concordou em pagar 110 milhões de dólares em subornos em troca dos direitos de mídia para torneios regionais, disseram autoridades norte-americanas. Pelo menos 40 milhões de dólares foram pagos até o momento em que as acusações foram anunciadas, segundo as autoridades.

A acusação também liga Marin a um esquema para receber subornos pelos direitos comerciais associados ao torneio Copa do Brasil.

O caso envolvendo dirigentes da Fifa abalou a entidade que controla o futebol mundial e desapontou patrocinadores. Entre as pessoas sob investigação está o presidente da Fifa, Joseph Blatter, atualmente suspenso e que será substituído em uma eleição em fevereiro.

(Reportagem de Brenna Hughes Neghaiwi, em Zurique; de Stephanie Nebehay, em Genebra; e de Nate Raymond e Brendan Pierson, em Nova York)