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Galvão diz que definiu futuro junto com Senna e chora ao falar de Pelé

Beatriz Cesarini e Tiago Biasoli

Do UOL, em São Paulo

18/04/2023 04h00

Galvão Bueno e Senna eram grandes amigos e isso não é novidade. O que muita gente ainda não tem conhecimento é que narrador e piloto já decidiram o futuro juntos. O mais novo streamer do pedaço contou essa e outras histórias em entrevista exclusiva que deu ao UOL.

Em 1992, Galvão foi trabalhar com a Rede OM e transmitiu a Copa Libertadores que ficou marcada pela histórica campanha do São Paulo de Telê Santana, que se sagrou campeão do torneio. Na grande final, a emissora paranaense conseguiu superar a Globo.

Após a Libertadores, entre o fim de 92 e o início de 93, a Globo decidiu negociar o retorno de Galvão ao mesmo tempo em que Ayrton Senna estava discutindo sua renovação com a McLaren.

"Eu e Senna ficávamos conversando pelo telefone. Ele estava vendo se renovava o contrato com a McLaren ou não e o Emerson [Fittipaldi] estava louco para levá-lo à Fórmula Indy. E então, o Senna perguntava se iria voltar à Globo para continuar a transmitir as corridas de F1 e eu questionava se ele renovaria com a McLaren. No fim, foi o que acabou realmente acontecendo", contou Galvão.

"Era muito engraçado, porque ele perguntava: 'Você vai?', e eu respondia: 'E você, e você?'. Mas ele não poderia me dizer, a amizade era grande, mas não tinha como falar assim", relembrou o narrador.

Emoção ao falar de Pelé

Outro grande amigo de Galvão foi Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. O narrador se emocionou ao contar das mensagens que recebia do Rei do Futebol em seus últimos dias de vida, quando esteve internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Pelé morreu em 29 de dezembro de 2022.

"Na época da Copa eu fui uma espécie de porta-voz do Pelé. Eu falava praticamente diariamente com a Flávia [Kurtz], uma das filhas dele que, inclusive, foi minha fisioterapeuta. Ela me passava as mensagens que o pai pedia e até falei para o Tite em uma coletiva sobre uma sugestão do Rei à seleção", contou Galvão.

"Sabe o que mais me emocionou na Copa? A Flávia me mandou uma mensagem: 'O meu pai pediu para dizer que te ama muito, Galvão'. O Edson faz muita falta como pessoa que era, com um coração enorme. Eu tive alguns mestres nessa vida e o Pelé foi um deles", detalhou o narrador, enxugando as lágrimas.

Quando Pelé morreu, Galvão estava em um voo em direção ao Japão para gravar uma parte do documentário do Globoplay, que relembrará momentos marcantes de sua carreira. Segundo o narrador, esse compromisso impediu sua participação no velório e no sepultamento do amigo.