Brasil terá "óculos solar" para controlar sono dos atletas em Tóquio-2020
Leo Burlá
Do UOL, no Rio de Janeiro
18/03/2019 04h00
De olho nas dificuldades de uma Olimpíada com 12 horas de diferença no fuso horário, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) busca na ciência os detalhes que podem definir uma medalha nos Jogos de Tóquio-2020. Uma das preocupações da área técnica da entidade é com a regulagem do sono da delegação, o que será feito com a ajuda de óculos que irradiam alta luminosidade, o que contribui no aumento a temperatura corporal.
Conhecido popularmente como "banho de luz", esse dispositivo será usado especialmente em atletas que tiverem competições em horários que sejam mais "agressivos" para o organismo. O trabalho é coordenado pelo professor Marco Túlio de Mello, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que também ajudará a elaborar trabalhos para aqueles que precisam dormir, em vez de estarem despertados. Blecaute nas janelas será uma das táticas usadas no país oriental.
"Eles terão de se adaptar a uma nova estrutura de sono. Adequar uma hora por dia corresponde a um dia de ganho neste processo", explicou Jorge Bichara, diretor de esportes do COB.
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Além deste trabalho especial, Bichara afirmou que os cuidados com a alimentação e a hidratação da delegação serão itens primordiais no Japão: "Há a promessa de calor forte em determinados eventos, o que aumenta a importância desses cuidados".
Na última terça-feira, o COB inaugurou uma escultura itinerante que marcou o início da contagem regressiva dos 500 dias para o início da Olimpíada. O corpo técnico da entidade entende que os atletas estão em reta final de preparação para o evento, ainda que alguns esportes ainda terão competições que definirão as vagas para 2020.
Ao contrário do que ocorreu na Rio-2016, o COB evita fazer projeções sobre o número de medalhas, mas afirma que a meta será alta. Com todo o aparato disponibilizado, a expectativa é que os atletas estejam bem acordados no Japão.