Torcedores do Brasil que vão ao Qatar para assistir à Copa do Mundo dificilmente chegarão fisicamente perto de Neymar, mas o camisa 10 da seleção brasileira estará à vista de todos eles. A imagem do atacante é onipresente em materiais publicitários espalhados por todo o país que recebe o Mundial.
São outdoors colossais que cobrem de cima a baixo arranha-céus no distrito financeiro de Doha, capital do país-sede; fotos em tamanho real em agências bancárias; imagens e vídeos de campanhas publicitárias dentro do metrô e em caixas eletrônicos... Até participação nos vídeos de instruções de segurança da companhia aérea Qatar Airways ele fez.
Para além do que faz dentro de campo, Neymar se transformou em uma das maiores e mais valiosas marcas da história do esporte brasileiro, avaliada atualmente em R$ 1,06 bilhão — um processo que começou em 2013, quando ele ainda vestia a camisa do Santos, e que chega, na Copa de 2022, ao seu auge.
É, também, a concretização da ousada manobra marqueteira feita pelo PSG para tirá-lo do Barcelona em 2018. O clube francês tem como principal investidor e controlador o Qatar Investment Authority, órgão estatal vinculado ao governo que também investe nas principais empresas e bancos do país. Por isso, ao investir 222 milhões de euros na contratação de Neymar, o Qatar não contratava apenas dribles e gols, mas também um garoto propaganda com alcance mundial para o evento que viria a sediar anos depois.
O segundo episódio da série especial 'Neymar e o mundo' irá explicar como o jogador brasileiro se tornou uma megamarca, e como seu peso publicitário e presença midiática afetaram os clubes pelos quais passou — incluindo a própria seleção brasileira.