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Surfou na onda? Tite rompe silêncio e fala sobre polêmica com Micale

Lucas Figueiredo/MoWa Press
Imagem: Lucas Figueiredo/MoWa Press

25/04/2017 08h00

Tite quebrou o silêncio e pela primeira vez comentou sobre as declarações de Rogério Micale, técnico campeão olímpico. Demitido do comando da Seleção sub-20 em fevereiro, ele disse ao LANCE! que faltou transparência a Tite e ao coordenador Edu Gaspar, que teriam "surfado na onda da Olimpíada".

No mês passado, quando perguntado em entrevista coletiva sobre o assunto, Tite disse que se pronunciaria em um momento oportuno. Agora, ao L!, o comandante da equipe canarinho evitou polêmicas, não quis dizer se ficou chateado com as afirmações de Micale e fez elogios a ele:

"Vou falar a meu respeito, não vou fazer comentários das manifestações dele, do que ele falou naquele momento, agora ou vai falar em seguido. Primeiro: Eu tenho um respeito pessoal e profissional pelo Micale, pela relação que tivemos. Segundo: todos os méritos da conquista da medalha olímpica foram do Micale, do Serginho, do Odair, do Maia e de toda a comissão técnica. O terceiro aspecto: não tivemos a condição de conversar porque, eticamente, acredito que esses assuntos devem ser pessoalmente abordados como sempre procurei: pessoalmente, seja de bem ou de mal. E mais: ele é um profissional que rompeu as categorias de base, está plenamente pronto para trabalhar numa hierarquia profissional, falei isso para ele quando foi campeão. Ele está requisitado por qualquer equipe", afirmou Tite.

Tite mais uma vez declarou que não pretende se envolver na reformulação feita nas categorias de base da Seleção. E explicou como é sua relação com os times inferiores do Brasil:

"Não dá para abraçar o mundo, não tenho essa pretensão. Quando vim para a Seleção, foi para dirigir a principal. O que posso fazer de interação? Tenho interagido por vezes com o Guilherme (Della Dea, da sub-15) e o Carlos Amadeu (da sub-17). Eles foram campeões e no outro dia estiveram conosco na concentração antes do jogo contra o Paraguai. Há um ambiente de trabalho, e o coordenador das seleções de base, que era o Damiani, ele faz essa integração em momentos oportunos. Mas cada um de nós tem autonomia. Eu não procurei ter na base. Há um coordenador geral, que é o Edu, o coordenador da base, que era o Damiani, e os seus técnicos. A partir daí estabelecemos vínculos oportunos, mas não da minha responsabilidade", falou o técnico, antes de completar:

"Se fosse para ser assim, eu teria pegado a seleção olímpica lá no início. É humanamente impossível ser justo, acompanhar 56 atletas e cuidar dos outros. Eventualmente uma reunião? Sim! Em momentos oportunos, falar de bolas paradas, situações... mas são coisas complementares, não essenciais".