Marcelinho se emociona e diz que foi obrigado a falar com arma na cabeça

Marcelinho Carioca falou, em entrevista coletiva realizada hoje em São Paulo, sobre o sequestro que sofreu no último fim de semana.

O que aconteceu

Marcelinho se emocionou durante a entrevista e disse que foi abordado por três pessoas quando estava indo entregar ingressos do show do cantor Thiaguinho para Taís — mulher que aparece no vídeo com o ex-jogador no cativeiro.

O ex-atleta afirmou que foi obrigado a gravar o vídeo divulgado nas redes sociais com arma apontada para a sua cabeça.

Se você tem uma arma apontada na cabeça e a pessoa obriga você a falar, o que você faz? Fui obrigado a falar. A Taís é brilhante, guerreira, de fibra, família, trabalhadora que não tenho nada a ver. Marcelinho, em entrevista coletiva.

O que mais ele disse?

Como aconteceu o sequestro: "Eu fui para o show do Thiaguinho no sábado e saí de lá por volta de 0h40 [de domingo] na Neo Química Arena. Voltando para casa — moro em Arujá —, falando com ela [Taís], falei que domingo não poderia ir [em novo show] porque estaria num evento do Corinthians e que estava lá para entregar os ingressos. Próximo da casa dela, umas três ruas depois, tinha funk rolando. Eu estava chegando para conversar na frente da casa dela quando chegaram três indivíduos e me abordaram. Tomei coronhada na cabeça e depois não vi mais nada. Quando entrei no carro, colocaram o capuz e não vi mais nada. Tudo isso foi no meu carro".

Mulher é amiga: "Muita gente inventa muita coisa. Antes de inventar, apure. Eu queria falar da Tais: ela é minha amiga há três anos, conheço o ex-marido dela, os dois filhos dela. É uma mulher íntegra, guerreira... Falaram uma porção de coisas. Não tenho nada a ver com ela, é minha amiga, fui secretário de esportes em Itaquaquecetuba. Conheço ela e todas as outras pessoas".

Momentos de terror: "Eu vi tanta coisa... Eles queriam dinheiro e me levaram. Eu não estava preocupado com dinheiro, mas com minha vida e a vida dela. Encapuzado, você não vê nada, só escuta. Deram água e comida".

Mais detalhes: "Pediram a senha do telefone e, automaticamente, você dá. Você pensa nos seus filhos, na família, a vida não é grana. Quero estar perto dos meus filhos. Eles falaram: 'você tem que colaborar para a gente pegar seu dinheiro'. Falei: 'não tem problema, só quero ser solto porque meus filhos estavam preocupados'. Não é facil você ter um revólver apontado na sua cabeça a todo momento. Não fizeram nenhuma maldade com a gente".

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"Casa caiu": "O carro é filmado, provavelmente eles não sabiam. Viram um carro daquele porte próximo da comunidade e chegaram para abordar. Depois, viram o trabalho brilhante do DAS, Civil e PM — porque eu vi, era minha vida em jogo. O helicóptero chegou forte e descobriram tudo. Escutei assim: 'a casa caiu, a casa caiu, temos que liberar ele, pega um menor para dirigir e joga ele em outro lugar'".

Fim do sequestro

Marcelinho foi liberado pelos sequestradores e encontrado pela polícia andando em uma rua de Itaquaquecetuba, na região metropolitana de São Paulo. A região é a mesma onde as autoridades encontraram o carro do ex-jogador.

Cinco suspeitos de envolvimento com o caso — entre eles três homens e duas mulheres — foram detidos e duas testemunhas serão ouvidas. Eles foram abordados na região próxima ao local em que o veículo foi encontrado e levados à DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), no centro de São Paulo.

Marcelinho gravou um vídeo antes de ser libertado. Nas imagens, o ex-jogador afirmou que havia saído com uma mulher casada e que foi sequestrado pelo marido dela. Na sequência, a mulher também repete a versão. A polícia não trata o homem, que na verdade é ex-marido da mulher, como suspeito de ter participado do sequestro.

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A mulher que aparece ao lado de Marcelinho no vídeo é tratada como vítima. A polícia, no entanto, não descarta uma participação dela no caso.

Marcelinho pagou R$ 42 mil antes de ser libertado

A Polícia Civil de São Paulo comunicou que cerca de R$ 42 mil foram transferidos das contas de Marcelinho durante o sequestro. Uma remessa de R$ 30 mil na noite de ontem, e outra de R$ 12 mil na manhã de hoje.

O UOL apurou que um terceiro depósito foi pedido, mas representantes do jogador desconfiaram e não fizeram o pagamento. Pouco tempo depois, ele acabou saindo do cativeiro e encaminhado, com a polícia, ao DAS (Delegacia Antissequestro), na região central da capital paulista.

Depois, os sequestradores pediram mais R$ 200 mil para a libertação de Marcelinho. Esta quantia deveria ser repassada até as 14h (de Brasília), mas não foi paga e o ex-atacante foi localizado.

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