Diniz, o psicólogo: técnico do Flu tira de si holofotes e divide méritos

Fernando Diniz falou de tudo um pouco após a classificação do Fluminense à final da Libertadores. Psicólogo de formação, o técnico usou seus conhecimentos acadêmicis para exaltar a valentia da equipe, falar sobre o lado emocional e dividir os méritos com seus jogadores na virada sobre o Inter.

Ele começou a coletiva agradecendo às palavras de Marcelo, mas dividiu os louros pela vaga na decisão. Na saída de campo, o lateral afirmou que a classificação era "tudo culpa" do treinador.

Agradeço as palavras do Marcelo, mas a gente sabe que se teve muitos 'culpados'. Jogadores foram brilhantes durante todo o campeonato, principalmente nos jogos com um menos. Nesses momentos que mostrou grandeza.

Fernando Diniz

O treinador destacou a coragem do Fluminense na campanha da Libertadores. O Tricolor das Laranjeiras chegou à final após jogar partidas com um a menos, como na ida da semi contra o Inter e nas oitavas contra o Argentinos Juniors. e descartou a alcunha de "time sênior". "Time de grandes campeões", classificou.

Ele reconheceu que o Flu cometeu erros contra o Inter, mas foi honesto com o êxtase pela virada histórica com dois gols em seis minutos. "[Reconhecer erros] Exige uma racionalidade que momento desse um pouco difícil. Vou enaltecer o momento do time, mas tivemos muitos erros aqui, talvez mais que no Maracanã e vencemos", ponderou.

Diniz ainda valorizou o lado emocional dos jogadores para buscar a reação. "Parte emocional do time foi extremamente forte. Fomos audaciosos, jogamos para cima. Vaga extremamente merecida. Relações são fundamentais sempre. Para ganhar, temos que tentar estabelecer relações com mais profundidade, com mais vínculo, é um pilar central do meu trabalho", celebrou.

Ele também disparou elogios a um dos heróis da classificação: Jhon Kennedy. O treinador exaltou a evolução tanto profissional quanto pessoal do jogador, que saiu do banco para marcar o primeiro gol e dar a assistência para o segundo, tendo superado uma série de barreiras na vida. Tido como um "garoto problema" no início da carreira, o atacante foi emprestado para a Ferroviáeia até se tornar mais um dos pupilos de Diniz.

Esse menino aqui é um grande vencedor, está se tornando um homem a cada vez mais íntegro. Espero que do coração consiga cada vez mais pés no chão, que fique do tamanho do talento dele. Merece todos os elogios. Não é fácil ter a vida que ele teve e se tornar o que está se tornando como pessoa a jogador. Esse menino vale ouro.

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O que aconteceu

O Flu virou sobre o Inter em seis minutos na reta final no Beira-Rio. A equipe estava perdendo por 1 a 0 até os 36 minutos do segundo tempo, quando empatou e depois fez o segundo aos 42.

A vitória teve o dedo de Fernando Diniz. O treinador mudou no intervalo e colocou John Kennedy, que fez o primeiro gol e deu a assistência para Cano decretar a virada.

O Tricolor das Laranjeiras volta à final da Libertadores após 15 anos. Depois da derrota na decisão de 2008 para a LDU, a equipe segue com o sonho do título inédito.

Confira tudo o que Diniz disse na coletiva

'Culpa' dividida: "Agradeço as palavras do Marcelo, mas a gente sabe que se teve muitos culpados. Jogadores foram brilhante durante todo o campeonato, principalmente nos jogos com 1 menos na Argentina. Nesses momentos que mostrou grandeza. Semana passada também. Time foi valente, não se acovardou, e aqui também".

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Análise da partida: "No 1º tempo dificuldade, gol de bola parada, no 2º tempo fomos com muita coragem, inteligência, time cada vez mais agressivo, foi uma vitória justa, da união, da coragem e da alegria da boa convivência. Time sabe passar por momentos difíceis juntos, é um time sênior, mas de grandes campeões. Por isso está na final. Enaltecer o Inter, tem grande técnico, torcida, e qualquer um poderia passar".

Final no Maracanã: "A gente vai ter 50% de chances, como nosso adversário, Boca ou Palmeiras. A gente ganhou aqui, claro que jogar no seu estádio ajuda, mas não determina resultado. Está mais do que provado pelo jogo hoje no Beira-Rio. Curtir essa vitória, não vai dar pra curtir muito que domingo tem clássico".

Lições da partida: "Exige uma racionalidade que momento desse um pouco difícil. Vou enaltecer o momento do time. Tivemos muitos erros aqui, talvez mais que no Maraca e vencemos. Parte emocional que o time foi extremamente merecedor. Fomos audaciosos, jogamos pra cima. A gente foi no Maracanã com um a menos, marcando alto. Vaga extremamente merecida. Obviamente que erros táticos e técnicos vamos corrigir, erramos mais do que devia".

Emocional do time: "Comportamento emocional do time, de gana, representar essa torcida que tem sido um dos nossos grandes trunfos, tanto no Maracanã como aqui. A gente sabe que é difícil, mas vamos lutar e muito para tentar agraciar o torcedor com o título inédito".

John Kennedy: "Esse menino aqui é um grande vencedor, está se tornando um homem a cada vez mais íntegro. Mais um daqueles que o futebol perde a rodo aqui no Brasil. Espero que do coração consiga cada vez mais pés no chão, que fique do tamanho do talento dele. Merece todos os elogios. Não é fácil ter a vida que ele teve e se tornar o que está se tornando como pessoa a jogador. Menino vale ouro e a gente torce, vamos estar do lado, mesmo distantes, torcendo pra que consiga dar continuidade nesse momento que se encontra consigo mesmo e se tornando, pra muito além de um jogador decisivo, um homem de bem".

Sonhos no Flu: "Meus sonhos aqui no Fluminense, quando saí senti que uma hora ia voltar. Estamos construindo uma história cada vez mais bonita. É uma realização dia após dia. Não acho que acabou, temos que continuar trabalhando muito. Teremos um adversário super carimbado, multicampeão da Libertadores, independentemente de quem for. Celebrar esse momento e daqui a pouco se preparar pro jogo do final de semana".

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Yony González: "Chamei no 1º tempo porque achei que poderia a gente não fazer o gol, empatar, que poderia usar ele. Ia acabar tendo uma função de melhorar o ataque, mas não deixar desguarnecido. Falei pra ele, entrou na condição que previmos. É muito importante, foi uma contratação meio suis genesis porque liguei pra ele, vi jogo da final da Sul-Americana, alegria de trabalhar juntos de novo".

Comemoração: "Emoção muito grande, não dá nem para falar em palavras. Pés no chão, mas celebrar. Foi muito difícil, tudo o que aconteceu hoje. Sou contido na minha vida particular, mas espontâneo como treinador. Não tenho muita trava para ser autêntico e liberto para expressar o que sinto".

Preparação: O que preparei aqui e lá, time extremamente qualificado com jogadores experientes, tínhamos que tomar cuidado. Tinham muitas armas, tentamos neutralizar, começaram mais ajustados que a gente, prevaleceram no 1 tempo. no 2 fomos melhor, buscamos o resultado. Tem jogadores decisivos e um técnico muito qualificado, viemos com respeito muito grande".

Essência do trabalho: "Relações são fundamentais sempre. Pra ganhar, temos que tentar estabelecer com mais profundidade, mais vínculo, é um pilar central do meu trabalho".

Importância de Fábio: "Podíamos ter pedido o jogo, tiveram chances claras. Fábio também não merecia que a gente perdesse com uma falha dele, porque é muito merecedor de tudo o que está vivendo. Segundo gol começou nos pés dele, goleiro de 43 anos que se dispôs a aprender e é um dos jogadores que mais participa das construções do time. Foi uma vitória muito merecida".

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