Topo

Fluminense

Diniz revive dramas com queda de rendimento do Flu e crise com a torcida

Eduardo Nunes

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/10/2022 04h00

Contratado pelo Fluminense no dia 30 de abril, Fernando Diniz oscilou no começo, mas viveu uma lua de mel com a torcida tricolor, que se rendeu ao estilo de jogo do treinador, que levou o time até a segunda colocação do Campeonato Brasileiro.

No entanto, a equipe carioca começou a cair de produção, acumulou três derrotas seguidas e despencou para o quinto lugar do torneio, com 51 pontos - 15 a menos que o líder Palmeiras, que ainda entra em campo hoje (10), às 18h30, pela 31ª rodada, contra o Atlético-GO.

O momento ruim se agravou ontem (9), após a derrota para o América-MG por 2 a 0. As vaias no Maracanã começaram ainda no primeiro tempo e se estenderam até os gritos de 'olé' para o adversário na etapa final. A situação lembra o que vem acontecendo recentemente na carreira do treinador.

Situação parecida em 2019

Esta é a segunda passagem do treinador pelas Laranjeiras. Na primeira, sua saída aconteceu após com uma derrota em casa, naquela oportunidade para o CSA. Assim como em 2019, ontem (9), os gritos de 'time sem vergonha' também ecoaram nas arquibancadas do Maracanã.

Histórico recente se repete

No Flu, Diniz chegou ao seu 37º jogo, superando os 31 que fez pelo Santos e os 12 que fez no Vasco. A curta passagem no rival carioca também começou bem, depois de dois empates, o Gigante da Colina venceu quatro seguidas na Série B de 2021. No entanto, rapidamente a equipe despencou e, com quatro derrotas em série, Diniz foi desligado - o Vasco amargou mais um ano na segunda divisão.

A passagem no Santos lembra mais o momento atual. Depois de um começo mediano, o time disputou oito confrontos e perdeu apenas um, largando bem no Brasileirão do ano passado. A relação com a torcida era boa, mas a queda nas quartas de final da Sul-Americana para o Libetad-PAR começou a abalar a confiança. O Peixe ainda empatou com o Inter, mas engatou outros três empates e o comandante caiu.

Antes dessas equipes, Diniz dirigiu o São Paulo e, mais uma vez, viveu este cenário. O clube do Morumbi liderava o Brasileirão de 2020 até a virada do ano, quando teve uma queda vertiginosa de produção. Foram sete jogos sem vencer até a saída do treinador. O Tricolor paulista terminou aquela edição da Série A apenas na quarta posição.

Essa característica do 'dinizismo', de bons inícios seguidos de uma fase muito ruim, também pode foi observada no Athletico, em 2018. Depois de estrear batendo o Newell's por 3 a 0 e goleando a Chape por 5 a 1, o Furacão empatou os dois jogos seguintes, acumulando quatro jogos de invencibilidade. Então, vieram quatro derrotas seguidas, dois jogos sem perder (um empate e uma vitória) e outra série de quatro revezes, que resultou na queda de Diniz com apenas 14 partidas no comando.

Análise sucinta

Com a alegação de que Diniz teria um compromisso na noite de ontem (9), o Fluminense pediu que as perguntas fossem curtas na coletiva após o tropeço em casa. O técnico foi mais sucinto nas respostas, mas não escondeu o mau momento.

"Foi a postura do América-MG e a falta de postura que o nosso time teve. Tem que se sentir envergonhado porque teríamos que fazer muito mais do que fizemos. Vão jogar os jogadores que mais têm desejo de jogar", afirmou.

Fluminense