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'Vou ter que restringir ele', diz pai de criança santista após confusão

Moisés Nascimento, pai do garoto que foi hostilizado na Vila Belmiro, detalhou pânico vivido ao lado do filho Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

11/11/2021 09h09

Moisés Nascimento, pai do garoto B.N, disse que será necessário "restringir" o filho nos estádios de futebol a partir de agora - a criança foi hostilizada por torcedores do Santos pelo fato de ter recebido uma camisa ao goleiro Jailson, do Palmeiras, no último fim de semana.

Em entrevista concedida na manhã de hoje à CNN, ele disse que o episódio vai servir como um "aprendizado" e lamentou o fato de ter que controlar as ações do jovem de nove anos nas arquibancadas.

"Eu estava conversando com ele e, por tudo o que a gente passou, vai virar um aprendizado. Vou ter que restringir ele para ele não poder falar um 'oi' para um jogador que ele gosta", iniciou.

"Vai ter Santos e Cuiabá e ele gosta do Clayson [atacante do Cuiabá], sempre falou pra mim que queria ele no Santos. Ele não vai poder falar oi, não vai poder, porque eu não sei quem está do meu lado. Eu vou ter que restringir ele nas vezes que eu for na Vila Belmiro. Isso não vai se repetir ao ponto de eu falar: 'pode chamar ele'", prosseguiu Moisés à emissora.

Ele revelou ainda que foi hostilizado minutos antes do fato envolvendo a camisa de Jailson. "Na hora que o Willian Bigode, atacante do Palmeiras, foi para o vestiário, ele fez um sinal com a mão de oi, e o Willian retribuiu ele. O cara do meu lado, um senhor, começou a me xingar: 'é culpa do pai, esses palmeirenses...'. Como eu vou poder explicar para ele que o que ele está fazendo é errado? Não sei como vou agir com ele dentro do estádio".

"Bate nele"

Moisés ainda detalhou à CNN parte do que viveu após o filho ter recebido uma camisa de Jailson, revelando a atitude de alguns torcedores do Santos no momento.

Jaílson entrega camisa para garoto que foi ameaçado por parte da torcida do Santos na Vila Belmiro Imagem: Instagram / Reprodução

"Por todo o terror que ele passou, a gente está sufocando para ele esquecer. Para mim vai ser difícil esquecer, foi um momento de terror, pânico, com um pessoal falando para pegar a camisa dele, xingando, cuspindo na gente".

"Foi bem triste e revoltante, uma mistura de tudo, você via o ódio nas pessoas: 'vamos pegar o pai dele, esses palmeirenses... bate nele!'. Foi um momento difícil porque a única preocupação era com meu filho", finalizou Moisés à CNN.

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