Andressa Alves vê volta do futebol feminino 'dependente' do masculino
Colaboração para o UOL, em São Paulo
07/05/2020 12h35
Para Andressa Alves, atacante da seleção brasileira e da Roma (ITA), o retorno do futebol feminino no Brasil está atrelado ao masculino. Convidada do Jogo Aberto desta quinta-feira, a jogadora acredita que suas colegas só voltarão aos gramados após a retomada das atividades entre os homens.
Na última semana, o Ministério da Saúde emitiu um parecer dando aval para que o futebol seja retomado no território nacional. Clubes como Grêmio e Internacional, inclusive, já voltaram aos treinos.
"Eu acredito que tudo vai depender da volta do masculino. Como a gente sabe, o futebol masculino é muito forte no Brasil, e no mundo todo, então, a partir do momento que o futebol masculino retornar, o futebol feminino, consequentemente, também vai retornar. Então, a gente fica nesta espera e torcendo para que futebol masculino retorne para a gente poder retornar. Eu acho difícil o futebol feminino retornar antes do masculino", comentou Andressa.
Já na Itália, Alves explica que divergências políticas complicam a volta dos treinamentos. Mesmo assim, o futebol masculino já retornou às atividades.
"Na Itália, está uma briga política, porque algumas pessoas querem a volta das atividades e outras não querem, por tudo o que aconteceu, por tantas mortes que tiveram na Itália. Então, está este conflito muito grande. Eu falo todos os dias com o meu clube e cada hora eles têm uma data diferente. Este confronto político vem atrapalhando a volta do futebol, tanto masculino quanto feminino", explicou.
Em relação à seleção brasileira, a atleta, além de parabenizar a técnica Pia Sundhage pelo prêmio de 'Mulher Sueca do ano', comentou o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021.
"Foi uma escolha muito correta na CBF em contratar a Pia. Ser a personalidade do ano na Suécia é um título muito importante, e o trabalho que ela faz no futebol feminino fala por si só", disse a atacante.
"A gente sabe que essa Olimpíada é muito importante para o futebol feminino, então, agora que foi adiada por conta do coronavírus, a gente tem mais um ano para se preparar. A gente vai fazer de tudo para conquistar essa medalha inédita", completou.