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Atlético-MG vê queda de gols dos zagueiros, decisivos nos anos anteriores

Leonardo Silva ainda não fez gol em 2017. Gabriel marcou dois e é o artilheiro na zaga - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Leonardo Silva ainda não fez gol em 2017. Gabriel marcou dois e é o artilheiro na zaga Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

26/10/2017 04h00

Talvez o gol mais importante da centenária história do Atlético-MG seja de um zagueiro: Leonardo Silva, contra o Olímpia, na decisão da Copa Libertadores de 2013. E não foi só ele que decidiu para o Galo jogos importantes nas temporadas anteriores. Réver fez gol da classificação contra o Tijuana, no jogo que ficou marcado pela defesa de Victor. Ou Edcarlos, autor do gol da vitória contra o Corinthians na Copa do Brasil de 2014.

É verdade que a principal tarefa do zagueiro é evitar os gols, mas, quando possível, uma ajuda no ataque sempre faz bem. E o Atlético estava acostumado com essa força. Para um clube que se acostumou com gols de zagueiros nas últimas cinco temporadas (55 gols entre 2012 e 2016), os três gols marcados em 2017 impressionam de forma negativa. Gols marcados por Gabriel, duas vezes, e Felipe Santana.

Os melhores exemplos do poder ofensivo dos zagueiros atleticanos são os recordes estabelecidos nesse período. O segundo beque com mais gols pelo clube é Réver, que na última semana se tornou o jogador da posição com mais gols na história do Campeonato Brasileiro. Dos 29 gols que anotou em jogos do Brasileirão, 13 foram somente pelo Galo, entre 2010 e 2014.

Réver marcou 22 gols em 177 partidas pelo Atlético. O líder no quesito é Leonardo Silva, que com 28 gols marcados em mais de 300 jogos com a camisa alvinegra. No entanto, o autor de um dos gols mais importantes da história do clube não marca há mais de um ano. Desde a derrota para o Botafogo, por 3 a 2, em 16 de outubro de 2016, no Rio de Janeiro, que o capitão atleticano está sem balançar as redes adversárias. Em dias corridos é o maior jejum de Leonardo Silva, que sofreu bastante com lesões. São 32 partidas de seca. Em número de jogos, o jejum entre 14 de agosto de 2013 e 3 de agosto de 2014 é maior. Foram 55 partidas sem que o camisa 3 fizesse um golzinho sequer.

“Quando você começa a fazer muito gol fica ruim, todo mundo começa a segurar dentro da área, começa a ser muito marcado, uma marcação dobrada. Temos que tentar arrumar artifícios, como jogadas ensaiadas, para tentar ficar livre da marcação. A maioria das equipes está levando os dez jogadores para dentro da área na hora da bola parada. Está mais difícil fazer os gols”, explicou Leonardo Silva.

E neste domingo o Atlético tem pela frente o Botafogo, clube que sofreu o último gol do capitão alvinegro. E caso Leonardo Silva marque um gol no duelo pela 31ª rodada, às 17h, no Independência, a equipe carioca vai se isolar como a que mais sofreu gols do zagueiro com a camisa do Galo. Ao lado do Avaí, com três gols, o Botafogo já é a maior vítima do zagueiro do Atlético.

Gols dos zagueiros do Atlético entre 2012 e 2017

2012 (15) – Réver (7), Leonardo Silva (6) e Rafael Marques (2)
2013 (11) – Réver (7), Leonardo Silva (3) e Gilberto Silva (1)
2014 (12) – Leonardo Silva (3), Edcarlos (3), Jemerson (2), Tiago (2), Otamendi (1) e Réver (1)
2015 (10) – Leonardo Silva (5), Jemerson (4) e Edcarlos (1)
2016 (7) – Leonardo Silva (4), Tiago (2) e Gabriel (1)
2017 (3) – Gabriel (2) e Felipe Santana (1)