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Brasileiro repetiu feito de Senna e vê oportunidade na saída de Massa da F1

Site F3 Inglesa/ Divulgação RF1
Imagem: Site F3 Inglesa/ Divulgação RF1

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

25/09/2016 06h00

O gaúcho Matheus Leist conseguiu um feito que apenas outros 12 brasileiros alcançaram: ser campeão da Fórmula 3 inglesa, uma das categorias de acesso para a Fórmula 1. Com a conquista nesta temporada, o piloto de apenas 18 anos repete o que Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi fizeram no início de suas respectivas carreiras.

Mesmo com a chegada na Fórmula 1 sendo um sonho ainda distante, Leist acredita que a saída de Felipe Massa possa ajudá-lo em seu caminho até a principal categoria do automobilismo. Vice-campeão mundial em 2008, o representante da Williams já anunciou que se aposentará da Fórmula 1 ao final da temporada.

“(A saída do Massa) me deixa mais tranquilo por saber que podem surgir algumas oportunidades para os pilotos mais novos”, afirmou Leist, que se define com estilo conservador na pista: “penso mais no campeonato. Sou arrojado, mas na medida do possível”.

Com a saída de Massa, a Fórmula 1 deverá ter apenas um representante brasileiro na próxima temporada: Felipe Nasr. O país não conquista uma vitória na categoria desde 2009, com Rubens Barrichello. A seca de títulos é ainda maior, com Ayrton Senna sendo o último a levantar a taça, em 1991.

“O Brasil está precisando de alguém que volte a ganhar corridas. Muitos pilotos brasileiros passaram pela Fórmula 1, mas não conseguiram se firmar e não tiveram chance de correr em equipes maiores”, afirma Leist, que diz não se importar caso tenha que conviver com comparações a Senna e outros ídolos. “Isso faz parte”.

Matheus Leist comemora título da Fórmula 3 inglesa - Site F3 Inglesa/ Divulgação RF1 - Site F3 Inglesa/ Divulgação RF1
Imagem: Site F3 Inglesa/ Divulgação RF1

Patrocínio é a maior barreira

Para chegar na Fórmula 1, o talento apenas não é suficiente. Cada vez mais aumenta o número de pilotos que conseguem vagas em escuderias por conta dos grandes patrocínios que o acompanham.

O caso mais recente é do canadense Lance Stroll, de 17 anos, apontado como substituto de Massa na Williams. Seu pai, Lawrence Stroll, teria colocado US$ 35 milhões (aproximadamente R$ 110 milhões) à disposição para garantir a entrada do piloto na categoria.

Matheus Leist não esconde que o assunto chega a preocupá-lo, mas diz acreditar que os resultados apresentados na pista possam facilitar a procura por patrocínio. “É um pouco preocupante. Isso é o que movimenta a entrada na Fórmula 1 hoje. Faz parte para o piloto buscar esse patrocínio, esse dinheiro para entrar na Fórmula 1. Mas se os resultados continuarem aparecendo, acho que não teremos problemas”.

Além do título da Fórmula 3 inglesa conquistado no último dia 11 de setembro, Leist coleciona o vice-campeonato da F-3 Brasil Light, em 2014, e conquistas no kart, onde iniciou sua trajetória de piloto em 2007.

Na próxima temporada, o destino provável de Leist deverá ser a GP3, outra categoria de acesso à Fórmula 1. “Já estou conversando com uma ou duas equipes. Mas estamos dando ênfase para uma que vínhamos conversando desde o meio da temporada”, completou.

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