'É bem possível que a Fórmula 1 acabe no Brasil', admite Felipe Massa
Felipe Massa reconheceu que o Brasil pode perder sua etapa no mundial de Fórmula 1 em breve. Em conversa com o UOL Esporte no início dos trabalhos em Baku, para o Grande Prêmio do Azerbaijão, o piloto da Williams disse considerar como uma possibilidade real a ameaça do chefão da categoria, Bernie Ecclestone, de acabar com a prova brasileira a partir da temporada 2017.
“A gente sabe como funcionam as negociações do Bernie. Ele gosta de colocar pressão, como já vimos que aconteceu com Monza e em outras ocasiões. Quando tem alguma coisa que não está acontecendo do jeito que ele quer, ele fala o que tem de falar”, disse Massa.
“Por outro lado, sabemos como está a situação. O momento do Brasil é muito difícil. Então não é impossível que acabe a F-1 no Brasil. É bem possível. Nesse momento, é muito difícil você ter certeza de alguma coisa. Vivemos em uma situação na qual está tudo chegando no limite em vários aspectos.”
O contrato para a realização do GP do Brasil foi renovado há dois anos e é válido até a temporada 2020. A revista especializada alemã 'Auto Motor und Sport', porém, trouxe na última terça-feira (14) uma declaração de Ecclestone ameaçando romper o vínculo e tirar a etapa do próximo calendário. Segundo a publicação, o motivo seria a dificuldade financeira dos organizadores da prova. O chefão da F-1 havia dado declarações similares à emissora britânica Sky Sports em março.
A organização do GP do Brasil emitiu nota negando a publicação alemã, afirmando que "está seguindo à risca o projeto de reforma do autódromo de Interlagos" e que fechou com novos patrocinadores. "A verdade é que não existe condição legal para o rompimento do contrato com a empresa promotora do evento, a Interpub, cuja validade vai até 2020".
Em Baku, Ecclestone não falou especificamente do Brasil, mas deixou claro que há algumas etapas ameaçadas no campeonato. "Podemos ter 22 corridas no ano que vem, mas no final das contas teremos apenas 18”. Em seguida, porém, se contradisse ao afirmar que não acredita que a próxima temporada será bem menor que a atual, que conta com 21 etapas.
Organizadores garantem corrida até 2020
A assessoria de imprensa da organização do GP Brasil enviou nota afirmando que a corrida continuará a ser realizada conforme contrato firmado com a empresa que promove a competição. Logo no começo do texto há o seguinte trecho: "a verdade é que não existe condição legal para o rompimento do contrato com a empresa promotora do evento, a Interpub (promotora do GP Brasil), cuja validade vai até 2020."
A nota segue justificando que a prefeitura de São Paulo está cumprindo o projeto de reforma do autódromo de Interlagos. Acrescenta que o trabalho está em sua terceira fase. Para o GP deste ano, a área de paddock será ampliada, melhorando ainda mais as condições de trabalho das equipes.
A Interpub ainda mencionou um contrato que fechou com a Heineken para a cervejaria vender produtos em Interlagos. Ao anunciar uma parceria global com a Fórmula 1 a partir deste ano, a empresa confirmou que um dos GPs com as quais tem direito de comercializar seu produto será a etapa brasileira.
Os holandeses estamparão sua marca em todas as etapas a partir da etapa da Itália, que ocorre em 4 de setembo. A única exceção será Abu Dhabi. O acordo foi firmado diretamente entre a cervejaria e a CVC Partners, detentora dos direitos comerciais da categoria. O GP Brasil desse ano será no dia 13 de novembro, em Interlagos.
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