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Mais de 200% em número de ultrapassagens. Como a F-1 obteve esse aumento

Dan Istitene/Getty Images
Imagem: Dan Istitene/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

22/04/2016 06h00

Uma nova regra para os pneus, mudanças no procedimento de largada e rendimentos mais próximos entre os carros no terceiro ano de relativa ‘calmaria’ no regulamento técnico provocaram um ‘boom’ inesperado de ultrapassagens na Fórmula 1: um aumento de mais de 200% em relação ao ano passado, em média.

As duas primeiras provas, na Austrália e no Bahrein, já vinham demonstrando uma tendência de alta, com média de pouco mais de 60 ultrapassagens por prova, o dobro do que foi observado em todo o ano passado. Foram 37 manobras registradas pelo site Clip the Apex em Melbourne, e 84 no Bahrein.

Porém, os números tiveram uma alta bastante significativa na China, quando foram contabilizadas 163 ultrapassagens. Trata-se de um recorde absoluto desde que os números passaram a ser calculados, em 1982. Até então, a prova em que fora registrado o maior número de trocas de posição havia sido no GP da Turquia de 2011, quando houve 126 manobras.

A temporada de 2011, que marcou a introdução da asa traseira móvel e dos pneus de alta degradação, é a que teve maior média de ultrapassagem dos últimos 35 anos, com 60,63 por prova. Após as três etapas disputadas em 2016, a média é bem superior, de 94,67.

Ainda que seja esperada uma queda ao longo do ano, tanto pela adaptação em relação às novas regras, quanto pelas características de circuitos como Mônaco, por exemplo, em que o número de manobras cai naturalmente, não se espera que os números voltem aos níveis de 2015, quando a média ficou em 30 ultrapassagens por GP.

Isso se deve a três fatores principais:
- A possibilidade das equipes optarem por pneus de três compostos diferentes - contra dois nos últimos anos - aumentando o leque de estratégias e fazendo com que carros que estão em táticas distintas se encontrarem na pista. Com a diferença grande que há entre os compostos, é mais fácil ultrapassar.

- O novo procedimento de largada, que faz com que a sensibilidade do piloto conte mais e aumenta a chance de erros, abrindo a possibilidade de que carros velozes acabem perdendo terreno nos primeiros metros e tenham de se recuperar.

- A estabilidade das regras técnicas, cuja última grande modificação foi entre 2013 e 2014. Isso naturalmente faz com que os carros tenham desempenhos mais similares e corram mais juntos na pista.

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