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Lula: 'Racismo é doença que tomou conta do fascismo que governa o Brasil'

Do UOL, em São Paulo

06/06/2022 20h43Atualizada em 06/06/2022 21h57

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje que o racismo é "uma doença que tomou conta do fascismo que governa o Brasil". A declaração do ex-mandatário ocorreu virtualmente no evento de lançamento da iniciativa "Quilombo nos Parlamentos", idealizada por movimentos negros, que anunciou algumas pré-candidaturas de pessoas negras para os diferentes cargos no pleito deste ano.

Lula é pré-candidato do PT à presidência nas eleições deste ano e vem liderando as pesquisas de intenção de voto, como mostra o agregador do UOL.

"Eu fico feliz não apenas como político, metalúrgico, ex-presidente de sindicato. Eu fico feliz como a pessoa que têm vocês lado a lado na tentativa de tentar reconquistar a democracia nesse país para que as pessoas voltem a sorrir, voltem a ter direito, voltem a sonhar e para que todo mundo diga em alto e bom som: 'não' para o racismo. O racismo é uma doença que tomou conta do fascismo que governa o nosso querido Brasil", disse o pré-candidato, sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL).

No discurso, Lula pediu para os presentes no evento não se calarem diante do racismo, das injustiças e preconceitos, e desejou poder encontrar os pré-candidatos "vitoriosos no próximo ano". O ex-mandatário participou virtualmente após ele e sua mulher, a socióloga Rosângela Silva, a Janja, serem diagnosticados com covid-19 neste domingo (05).

"Eu estou com covid agora, estou com uns dias para me cuidar, queria dizer para vocês: parabéns, parabéns, que Deus abençoe a cada um de vocês. Não tenham medo de falar, de gritar, não tenham medo de denunciar, porque muitas vezes parece que o silêncio nos ajuda, mas ele faz com que se perpetue a exploração, racismo, preconceito com vocês e eu acho que está na hora de se banir isso", disse o presidenciável, parabenizando a iniciativa.

Durante a fala, com gritos de apoio em alguns momentos, Lula chegou a citar iniciativas dos governos do PT que beneficiaram os negros, como a política de cotas em universidades, mas destacou que elas só ocorreram em razão da população negra reivindicar essas pautas. Apesar de relembrar as iniciativas dos governos petistas, o ex-presidente ainda declarou que tem muita coisa a ser feita para ajudar o grupo e combater a desigualdade social e racial no Brasil, inclusive em cargos públicos.

"No século 21 nós queremos construir uma nova sociedade, mais humana, fraterna, solidária. Nós não queremos ser algoritmos, servir de enfeite. Nós queremos, efetivamente, tomar conta desse país e construí-lo democraticamente, onde todos possam viver em paz. Onde não tenha distribuição de armas, mas sim distribuição de livros. Onde não tenha vergonha de ter relação prioritária e privilegiada com o continente africano."

Prévia de programa de governo de Lula

A campanha de Lula e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) enviou hoje aos partidos um esboço do seu programa de governo. O documento, ao qual o UOL teve acesso e ainda deverá ter modificações, prega a "reconstrução do Brasil" por meio de 90 diretrizes.

Como já havia sido estabelecido no programa da federação PT, PCdoB e PV e repetido nos discursos de Lula, as diretrizes propostas focam majoritariamente a recuperação econômica de forma sustentável e o desenvolvimento social.

A política econômica vigente é a principal responsável pela decomposição das condições de vida da população, da instabilidade e dos retrocessos na produção e no consumo. O desemprego e a subutilização da força de trabalho seguem extremamente elevados, enquanto a precarização avança e a indústria definha."
Texto da campanha enviado aos partidos

Foram reafirmados os compromissos de reformas trabalhista e tributária, revogação do teto de gastos, combate à grilagem na Amazônia, valorização do salário mínimo, renovação do Bolsa Família e promoção da igualdade racial. O esboço também prega fortalecimento do real e se diz contra as privatizações da Petrobras e da Eletrobras.

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