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Rankings internacionais colocam USP no top 20 mundial da sustentabilidade

Praça do Relógio, campus da Cidade Universitária da USP, no Butantã Imagem: Marcos Santos/USP Imagens

Rodrigo Bertollotto

De Ecoa, em São Paulo

04/07/2020 04h00

Para criar um planeta mais sustentável, vale até fomentar a concorrência e criar listas para ver quem está mais preocupado com o futuro. E há vários rankings para apontar quem é mais verde entre países, cidades, empresas e ultimamente também entre universidades. Há pelo menos dois ranqueamentos internacionais que testam o comprometimento das academias no tema.

A Universidade de São Paulo aparece no top 20 das duas listas, Impact Ranking e Green Metric. No primeiro ranking, a USP é a 14ª do globo. No segundo, está na 18ª colocação.

As duas classificações obedecem a critérios diferentes. O Impact Ranking utiliza os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015. Com base neles, observa pesquisa, divulgação e governança.

Essa listagem foi criada em 2019 pela consultoria britânica Times Higher Education, que elabora outros rankings - o mais conhecido é o das faculdades mais influentes do mundo.

Em 2020, na segunda edição, participaram 766 universidades de 85 países, com três instituições da Oceania no topo: University of Auckland (Nova Zelândia), University of Sydney e Western Sydney University (ambas da Austrália).

A universidade neozelandesa ganhou as duas edições principalmente por sua pesquisa e atuação nos objetivos 14 (vida submarina), 15 (vida terrestre) e 3 (boa saúde e bem-estar). Além desses quesitos, esteve bem ranqueada em igualdade de gênero, justiça, divulgação e parceria para atingir suas metas. Essa premiação destaca as três melhores avaliações entre os 17 ODS, mais a média geral de pontuação, para escolher as faculdades mais sustentáveis do mundo.

Já o Green Metric é uma iniciativa da Indonesia Universitas e surgiu em 2010, bem antes das últimas determinações da ONU. Seis itens "amigáveis ao ambiente" recebem pontuação: 1) infraestrutura e instalações; 2) energia e mudança climática; 3) lixo; 4) água; 5) transporte; e 6) educação e pesquisa.

Ele hierarquizou em 2019 um total de 780 universidades de 85 países, tendo na liderança a Universidade de Wageningen (Holanda), seguida por Oxford (Inglaterra) e o campus de Davis da Universidade da Califórnia (EUA).

"Vamos cobrir nossos telhados com painéis solares para reduzir a zero nosso uso de gás como fonte de energia", afirmou Peter Booman, diretor de infraestrutura e serviços da campeã mundial, que não quer perder seu posto no Green Metric.

Um dos segredos da campeã mundial para pular em três anos de 36ª colocada para o topo foi adotar uma lógica circular de toda água e todo o lixo da instituição, com programas de reciclagem, reuso e compostagem estritamente gerenciados para que não haja desperdício.

Além da USP, outras instituições brasileiras estão presentes no top 100 da lista. A Universidade Federal de Lavras (MG) está na 29ª posição, a Universidade Positivo (PR) ficou no 73º lugar, e a Unicamp (SP) se classificou na 80ª colocação. Já no Impact Ranking, a outra representante do Brasil entre os 100 melhores é a Universidade Estadual de Londrina (PR).

A Universidade de São Paulo já parte na frente por sua grande produção acadêmica no assunto, seus prédios cercados de muito verde e ter um plano ambiental desde 2012. No Impact Ranking, por exemplo, três tópicos ficaram em destaque: erradicação da pobreza, energia limpa e vida terrestre.

"É uma oportunidade para as universidades mostrarem como contribuem para uma sociedade mais sustentável e igualitária. Tomando como exemplo a pandemia da Covid-19, a resposta da USP e de outras universidades foi imediata, contribuindo com a pesquisa para o desenvolvimento de tratamentos, remédios, vacinas e equipamentos médicos, além de administrar centros de diagnóstico e leitos hospitalares", disse Vahan Agopyan, atual reitor da USP.

A Universidade Federal de Lavras, por exemplo, é elogiada por sua governança e seu programa de conscientização ambiental dos alunos desde 2009, mas também se diferencia das outras por cuidar das nascentes de rios presentes no campus e de seus recursos hídricos.

Por essa característica, a instituição do interior mineiro também faz parte da rede "Blue University", dado pela Universidade de Berna (Suíça) para universidades que promovem o uso sustentável e coletivo da água. Até agora, é a única universidade latino-americana com esse selo.

Há outras iniciativas que promovem, divulgam e premiam casos bem-sucedidos de instituições de ensino em relação ao meio ambiente, como a ISCN (sigla em inglês para Rede Internacional do Campus Sustentável) e o IUSDRP (sigla em inglês para Programa Inter-Universitário de Desenvolvimento Sustentável).

Já a Universidade Positivo, em Curitiba, destaca-se pela utilização de energia solar, com direito a uma usina dentro do campus e a utilização também dessa fonte energética para oxigenar um grande lago que coleta as águas pluviais, evitando enchente nos bairros vizinhos e fazendo o reuso a água dentro da instituição.

Por seu lado, a Unicamp incluiu a sustentabilidade como um dos pilares para atual planejamento estratégico. Além de várias medidas para aumentar a eficiência de energia e de serviços, a instituição de Campinas tem um projeto piloto de ônibus elétricos para fazerem o transporte coletivo dentro do campus e na ligação com a cidade.

"A Unicamp ingressou recentemente no ranking Green Metric e já alcançou boa posição. Isso reforça que estamos no caminho certo e que devemos aperfeiçoar nossa coleta de dados junto às unidades, possibilitando assim ter um quadro mais fidedigno dos nossos esforços", disse Milena Pavan Serafim, professora de Administração Pública na universidade.

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