Trabalhadores da Opel não negociarão cortes locais na Europa
BERLIM, 26 Mar (Reuters) - Representantes de trabalhadores da Opel, unidade europeia deficitária da General Motors (GM), afirmaram nesta segunda-feira que não iriam se envolver nas conversações sobre medidas de reestruturação em cada unidade, preferindo uma estratégia em escala europeia para salvar fábricas e empregos.
É esperado que os administradores da Opel apresentem um plano de negócios para o conselho de supervisão na quarta-feira, que pode resultar no fechamento de duas fábricas na Europa para reduzir a capacidade em 30 por cento.
As duas unidades consideradas de maior risco são Bochum, na Alemanha e Ellesmere Port, na Inglaterra.
"Não vamos negociar localmente", disse o representante dos trabalhadores europeus em uma carta aberta ao presidente-executivo da Opel Karl-Friedrich Stracke, publicada nesta segunda-feira.
"As forças de trabalho estão se preparando para evitar serem jogadas umas contra as outros pela administração", afirmou Ferdinand Dudenhoeffer, diretor do Centro de Pesquisa Automotiva na universidade de Duisburg-Essen.
Stracke disse este mês de que não havia "tabus" na companhia para direcionar o corte de custos, embora ele honraria um acordo para não fechar unidades antes do final de 2014.
A Opel, baseada em Ruesselsheim, na Alemanha, fez este acordo com sindicatos em 2010 em troca de concessões de trabalho avaliadas em 265 milhões de euros (351 milhões de dólares) por ano.
A GM tem ficado mais impaciente com os prejuízos crônicos na Europa, incluindo o de 747 milhões de dólares no ano passado. Ela juntou forças com a francesa Peugeot Citroen para ajudar em cortes de custos anuais de 2 bilhões de dólares.
Os projetos em conjunto das duas fabricantes terão início até o final de 2012 e cada uma apontou cinco executivos para formar um comitê de direção para supervisionar e explorar áreas de cooperação.
Em um email para os empregados na semana passada, Stracke disse que "Toda a indústria vai enfrentar mercados automotivos muito fracos na Europa. Isto é porque temos que agir agora a fim de melhorar a rentabilidade de uma forma sustentada."
(Por Jan Schwartz)
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