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Falso iFood: ladrões disfarçados de entregadores colecionam vítimas em SP

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Imagem: Reprodução

Alessandro Reis

Do UOL, em São Paulo (SP)

25/04/2022 04h00

Durante os últimos meses, tem chamado a atenção o elevado número de assaltos praticados na cidade de São Paulo por criminosos a bordo de motocicletas e caracterizados como entregadores de aplicativos como iFood. Vestindo colete e carregando bolsa térmica com o logotipo dessa e de outras plataformas de entregas, os bandidos costumam agir em dupla e geralmente estão armados.

Muitos desses ataques têm sido flagrados por câmeras de segurança, cujas imagens circulam nas redes sociais. O método costuma ser o mesmo: as vítimas estão caminhando na calçada quando são rendidas por um motociclista, enquanto o outro recolhe os pertences. Tudo acontece em segundos e os assaltantes também miram motoristas, passageiros e até outros motociclistas.

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O disfarce de entregador ajuda a se aproximar sem que a vitima perceba e dificulta a identificação do criminoso, que age de capacete e depois se mistura aos milhares de profissionais "verdadeiros" que circulam diariamente pela capital.

Essa modalidade de assalto tem crescido tanto que no mês passado a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) procurou a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) para tratar do assunto.

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"Estamos sugerindo às empresas de aplicativos que, além de serem mais rigorosas na seleção dos entregadores, também adotem algum tipo de dispositivo de segurança, como grafar o número do entregador em letras bem grandes na parte de trás e nos lados da caixa que porta as embalagens, facilitando a identificação dos mesmos por quem está na rua ou em carros", defende a entidade em ofício encaminhado ao secretário João Camilo de Campos.

UOL Carros solicitou à SSP dados estatísticos sobre a ação dos falsos entregadores na cidade, porém a secretaria não os forneceu. Por meio de nota, a pasta diz que "mantém diálogo permanente com a Abrasel e as empresas de entregas por aplicativos a fim de aprimorar os métodos de identificação dos entregadores e a segurança dos usuários dos sistemas".

"As polícias Civil e Militar têm ampliado e reforçado os programas de policiamento, bem como as ações para coibir os roubos e furtos em toda capital, inclusive no entorno de terminais e pontos de acesso aos transportes públicos. Dentre essas atividades, estão as operações Capital Mais Seguro e a Hércules, que juntas já prenderam mais de 185 criminosos, recuperaram 43 celulares roubados ou furtados e apreenderam 37 motos irregulares", complementa a secretaria.

iFood cita 'mercado paralelo' de mochilas

Entregadores do iFood - Leonidas Santana/Getty Images - Leonidas Santana/Getty Images
Imagem: Leonidas Santana/Getty Images

Líder entre os aplicativos de delivery, o iFood diz que toma "imediatamente" as providências cabíveis ao confirmar que o cadastro de determinado entregador foi utilizado "para prática de atividades ilícitas ou descumprindo o termo de uso da plataforma".

A plataforma acrescenta que utiliza tecnologia de reconhecimento ótico de caracteres para confirmar a veracidade de documentos apresentados no cadastro dos respectivos entregadores e também faz uso de uma ferramenta de reconhecimento facial, "ativada periodicamente", com o objetivo de "coibir o aluguel e o empréstimo da conta".

O iFood também afirma que não exige dos seus colaboradores o uso de mochila com o logotipo da empresa e cita um "mercado paralelo" para venda do item.

"O fato de uma pessoa utilizar uma bag [mochila] do iFood não significa que esteja fazendo uma entrega pela plataforma ou ainda que possua cadastro nesta. Não há a exigência de uso da bag com o logo do iFood e é possível realizar a compra deste item no iFood Shop, atrelado ao CPF de um entregador cadastrado na plataforma. Infelizmente, em uma busca rápida na internet, é possível notar a existência de um mercado paralelo de venda de bags".

A companhia conclui, destacando que "mantém um time dedicado à investigação e prevenção a fraudes" e encaminha eventuais denúncias de atividades ilícitas para apuração pelas autoridades competentes, bem como coopera sempre quando é requisitada.

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