A Fórmula E é, até agora, a única categoria de monopostos movidos a eletricidade do automobilismo mundial. Lançada em 2014, ela traz um calendário apenas com circuitos de rua e a chancela da FIA, a entidade máxima do esporte a motor. Foi pela visibilidade e sobretudo a preocupação com uma imagem sustentável que várias montadoras entraram na categoria. A Audi está na Fórmula E desde a primeira temporada, disputada em 2014. Já foi campeã de pilotos (com o brasileiro Lucas Di Grassi) e de construtores. Depois dela vieram várias outras empresas, como BMW, Mercedes-Benz e Porsche. É pela grande quantidade de montadoras presentes na categoria que o anúncio da Audi pegou muita gente de surpresa. A empresa declarou que deixará a Fórmula E ao final da próxima temporada para se dedicar ao desenvolvimento de um protótipo para a classe LMDh, que faz sua estreia no Campeonato Mundial de Endurance (WEC) em 2022 e no ano seguinte na IMSA, o campeonato de endurance dos Estados Unidos. Abre-se, assim, uma perspectiva para o retorno da Audi às 24 Horas de Le Mans. A prova de longa duração mais tradicional do automobilismo mundial traz ótimas lembranças para a marca, que conquistou 13 vitórias entre 2000 e 2014. Caso retorne à WEC, a Audi reencontrará as rivais Toyota e Peugeot. E não é só isso: rumores indicam que a Porsche também estuda voltar à categoria. A notícia mais impactante, porém, não foi essa. A marca das quatro argolas também vai se aventurar no rali Dakar a partir de 2022 com um protótipo elétrico que está em desenvolvimento. Apesar de não ter divulgado mais detalhes, a Audi afirmou que seu "conceito combina um sistema de transmissão elétrico com uma bateria de alta tensão e um conversor de energia altamente eficiente pela primeira vez". Como será impossível achar um posto de recarga no meio do deserto, a energia virá de uma bateria de alta voltagem, que poderá ser carregada durante a condução por um conversor de energia na forma de um motor a combustão da linha TFSI. Além de ser pioneira no uso de carros com propulsão alternativa no Dakar, a fabricante diz que pretende aproveitar o conhecimento adquirido nas provas em seus futuros modelos de produção. Enquanto outras montadoras ainda pensam no futuro do automobilismo, o caminho já parece definido para a Audi. Além de desenvolver novidades para o futuro e vender as virtudes das tecnologias que aplica nas ruas, a marca ainda volta a firmar seu nome no rali, categoria na qual fez história nos anos 80. Falta saber se as decisões vão fazer a marca subir no lugar mais alto do pódio ou abandonar a corrida nas primeiras voltas. |