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Cidade de São Paulo cancela Carnaval de rua, mas mantém desfiles

Os desfiles serão realizados com exigência de vacina e máscara Imagem: Simon Plestenjak/UOL

Do UOL, em São Paulo*

06/01/2022 11h21Atualizada em 06/01/2022 13h30

A Prefeitura de São Paulo anunciou hoje o cancelamento dos blocos de rua no Carnaval da cidade devido ao aumento nos casos de covid-19. A informação foi divulgada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) após reunião em que se apresentou um estudo de vigilância epidemiológica.

Por enquanto, os desfiles das escolas de samba estão mantidos — em entrevista ao SPTV, Ricardo Nunes afirmou que o secretário da Saúde, Edson Aparecido, vai apresentar na semana que vem um estudo à Liga das Escolas de Samba detalhando os protocolos que deverão ser seguidos no evento.

"Vão elaborar esse protocolo, uso de máscara, não ter aglomeração interna como setores reservados. Esse estudo ainda vai ser apresentado, não está concluído. Na semana que vem, Edson Aparecido com a vigilância sanitária, vai apresentar à Liga", disse o prefeito.

Blocos já haviam cancelado participação

Ontem, 41 blocos paulistanos já haviam anunciado que não desfilariam neste ano, mesmo que a prefeitura escolhesse manter a celebração. A lista de cancelamentos inclui o "Pipoca da Rainha" (Daniela Mercury), "Bloco do Alok", "Bloco do Abrava" (Tiago Abravanel) e "Bloco do Kondzilla".

Em comunicado assinado por Fórum de Blocos de Carnaval de Rua de São Paulo, UBCRESP (União dos Blocos de Carnaval de Rua do Estado de São Paulo) e Comissão Feminina de Carnaval de São Paulo, as organizações destacam a "falta de clareza e consenso entre instituições governamentais" em um momento de "nova fase de crise sanitária".

O texto também ressalta a importância de se criar programas de fomento à economia do Carnaval e rejeita a ideia de fazer a comemoração em espaços contidos: "Não admitimos a hipótese de se realizar um evento de 'Carnaval de rua' em lugares contidos, ao ar livre, como o Autódromo de Interlagos, Memorial da América Latina, Jockey Club, Sambódromo e outros. Isso é alternativa do setor privado".

Os blocos após o cancelamento

Em conversa com o UOL hoje após o cancelamento do Carnaval de rua, Thais Halisky, coordenadora da Comissão Feminina de Carnaval de São Paulo, afirmou que as três entidades que assinaram o manifesto (União dos Blocos de Carnaval de Rua do Estado de São Paulo, Fórum de Blocos de Carnaval de Rua de São Paulo e Comissão Feminina de Carnaval de São Paulo) devem se reunir hoje para decidir sobre os próximos passos.

"O que tivemos como consenso foi que a realização de um evento desse tamanho em um lugar como o Autódromo de Interlagos só exigindo passaporte de vacina não era suficiente para garantir a segurança dos foliões e dos integrantes de bloco".

"O que a gente tem visto de uns meses para cá, com o retorno de cinemas, restaurantes e outros eventos, as pessoas acabam deixando de tomar os seus cuidados. Então com o aumento da variante nova e esse aumento do número de casos, a gente percebeu que isso não era suficiente para garantir a segurança."

A gente decidiu provocar uma posição da prefeitura e da secretaria de saúde de São Paulo em relação a esses indicadores. O que a gente tem de informação é que os casos estavam aumentando exponencialmente, então a gente precisava de uma posição mais clara e detalhada para que os blocos pudessem tomar a decisão de sair ou não. Thais Halisky

O que diz o governo

Hoje, em entrevista à CNN Brasil, o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus do governo de São Paulo, João Gabbardo, avaliou que o Carnaval de rua "é impensável, não tem como fazer".

Ele afirmou que os desfiles das escolas de samba podem ser feitos de forma segura desde que haja testagem, exigência de passaporte de vacina e fiscalização do uso de máscara. "Mesmo assim, a gente tem que avaliar: como essas pessoas vão chegar lá? Vão pegar transporte coletivo, vai haver acúmulo", acrescentou.

Gabbardo também não considera as festas privadas uma alternativa segura: "As festas nessas últimas semanas... O que a gente encontra de gente que se contamina em festas de formatura, comemorações de final de ano é muito significativo".

"O risco continua sendo muito elevado. Imaginamos que neste momento não é adequado mesmo, esses eventos privados não devem ser realizados."

* Com informações da Agência Estado

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