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Beija-Flor se reformula, investe no luxo e supera fiasco de 2019 com folga

Beija-Flor encerra o noite de desfiles na Sapucaí Imagem: Luciola Vilella/UOL

Do UOL, em São Paulo e no Rio

25/02/2020 03h29

Maior campeã dos desfiles realizados na Marquês de Sapucaí, a Beija-Flor de Nilópolis chegou à avenida com um desafio: esquecer o decepcionante 11º lugar do ano passado, um dos piores resultados da rica história da escola. A saída foi pela reformulação, com a chegada do carnavalesco Alexandre Louzada, que assinou a apresentação junto de Cid Carvalho, defendendo um enredo grandioso, "Se Essa Rua Fosse Minha". Deu resultado.

O desfile contrastou com o de 2019 e resgatou a aura clássica. Muito luxo, ao estilo Joãosinho Trinta, cores fortes, brilho e muita garra para narrar a história da humanidade, desde a Era Glacial até os dias de hoje. O público entendeu o recado e respondeu cantando alto e sambando até o fim da passagem da escola, a última a desfilar. Título a caminho? Difícil cravar, mas o fato é que a Beija-Flor conseguiu dar a volta por cima, e com bastante folga.

Carnaval 'Mad Max'

Misture Mad Max com Exu, coloque carros de ferro velho e brigas de gangues do Rio e do mundo. A comissão de frente da Beija-Flor teve tudo isso. Alguns dos veículos se desgarravam do elemento cênico e bailavam pela avenida, e de dentro deles saiam integrantes. Carnaval "punk" e teatral.

Imagem: Luciola Vilella/UOL

O topless de Xica da Silva

Lexa, rainha da Unidos da Tijuca, não foi a única funkeira famosa a desfilar no segundo dia do Carnaval do Rio. Jojo Todynho saiu pela Beija-Flor, como destaque do chão no terceiro setor. Sua personagem: a escrava Xica da Silva, em versão de topless e coreografia inusitada.

Imagem: Reprodução/TV Globo

Beija-Flor 'cristalizado'

Para contar a história do início dos tempos, a escola carnavalizou a Era Glacial trazendo seu símbolo, um imenso Beija-Flor em um carro dotado de esculturas de cristais, que brilhavam luzes multicoloridas como se estivessem refletindo os raios do sol. Um luxuoso carro abre-alas com 22 metros de envergadura.

Imagem: Reprodução/TV Globo

Evolução pode perder pontos

Será difícil tirar pontos da Beija-Flor em quesitos como bateria, alegorias e mestre-sala e porta-bandeira, mas o mesmo não pode ser dito de evolução e harmonia. Houve uma certa demora para atravessar as 33 alas e, no fim, os integrantes tiveram de acelerar para chegar ao fim com tranquilidade, dentro dos 70 minutos regulamentares.

Imagem: Luciola Vilella/UOL

Voa, passarinho, voa

A Beija-Flor inovou em 2020 trazendo 400 miniaturas de beija-flor para a Sapucaí. E não só por isso. Mecânicos, eles voavam pelos ares até acabar a bateria, quando caiam sobre as arquibancadas, camarotes e pista. Um regalo para o público, melhor que os de casamento.

Imagem: Júlia César Guimarães/UOL

"Se Essa Rua Fosse Minha"

Compositores Dario Jr, Diogo Rosa, Jean Costa, Julio Assis, Junior Fionda, Magal Clareou, Thiago Soares
Intérprete Neguinho da Beija-Flor

Preceito!
Minha fé pra seguir nessa estrada
Odara ê! Reina firme na encruzilhada
Abram os caminhos do meu Beija-Flor
Por rotas já trilhadas no passado
O tempo de tormenta que esse mar levou
Revela este novo Eldorado
Nas trilhas da vida, desbravador!
Destino traçado, vencedor!
Nos becos da solidão
Moleque de pé no chão

E nessas andanças, eu sigo teus passos
São tantas promessas de um peregrino
É crer no milagre, sagrados valores
Em tantos altares, em tantos andores

A vela que acende, a dor que se apaga
A mão que afaga se torna corrente

Nilopolitano em romaria
A fé me guia! A fé me guia!

Em meus devaneios
Entre o real e a imaginação
Saudade persiste, insiste em passear no coração
Feito um poema à beira-mar
Canto pra te ver passar
Me vejo em teu caminho
Nessa imensidão azul do teu amor
E às vezes, perdido
Eu me encontro em tuas asas, Beija-Flor
Por mais que existam barreiras
Eu vim pra vencer no teu ninho
É bom lembrar, eu não estou sozinho

Ê Laroyê Ina Mojubá
Adakê, Exu, ô, ô, ô
Segura o povo que o povo é o dono da rua
Ô, corre gira que a rua é do Beija-Flor!

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no primeiro parágrafo do texto, a Beija-Flor é a maior campeã dos desfiles realizados na Marquês de Sapucaí, e não do século 20. A informação foi corrigida.

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