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Faustão pode ter prioridade na fila de transplante? Médico explica critério

Em entrevista ao UOL News, o médico cardiologista Guilherme Viganó explicou quais são os critérios que podem influenciar o lugar de Faustão na fila de espera por um transplante de coração.

A fila de transplante é uma fila comum, independentemente se o paciente entrou nela pelo SUS ou pelo convênio. Há critérios bem definidos para determinar quando chegará a vez do paciente. O critério-base é o tempo de fila. Porém, há algumas situações nas quais o paciente não consegue esperar e precisa passar na frente, sempre por gravidade. Guilherme Viganó, médico cardiologista

Viganó destacou que a entrada de um paciente na fila de transplante de coração significa que não há mais outra forma de tratamento possível. Este é o caso do apresentador, internado há mais de duas semanas no hospital Albert Einstein após o agravamento do quadro de insuficiência cardíaca.

O transplante cardíaco é uma terapia substitutiva, quando não há mais possibilidade de um tratamento clínico com medicações surtir efeito e compensar a doença de base do paciente. Quando se define por colocar um paciente na fila do transplante é porque não há possibilidade de tratamento por outras vias. No caso do Fausto, aconteceu exatamente isso. Guilherme Viganó, médico cardiologista

O cardiologista ainda explicou que a idade não é um critério para determinar o lugar de um paciente na fila do transplante - Fausto Silva tem 73 anos. Viganó afirmou que, por outro lado, a necessidade de medicamentos para ajudar o coração a bombear sangue, como indica o boletim médico divulgado ontem, pode ser um fator de priorização, dependendo da dose ministrada.

A partir do momento em que o paciente que está na fila precisa de medicamentos para fazer o coração bater mais forte, percebemos tratar-se de um caso mais grave. Ele precisa de uma prioridade e passar na frente de outros casos porque não consegue aguardar tanto tempo como outros. Guilherme Viganó, médico cardiologista

Ainda segundo o médico, o tipo sanguíneo e a questão da compatibilidade entre o doador e o paciente também interferem no tempo para o transplante. Não há restrição de idade para o doador.

Precisamos encontrar um coração que dê certo para o tamanho e o tipo sanguíneo de cada paciente. É preciso preencher critérios para ser transplantado. A oferta hoje é muito baixa, principalmente devido à falta de informação e preconceito. Os corações que temos como ideais para transplante são os de mais jovens, que ainda não sofreram consequências de doenças, mas isso não quer dizer que pessoas de idade mais avançada não possam fazer a doação. É sempre analisado caso a caso. Guilherme Viganó, médico cardiologista

Outro fator é que, embora seja uma fila comum, a região e a distância entre os pacientes também influenciam no tempo de espera.

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Quando a gente pensa em transplante, não é viável que os hospitais recebam um coração vindo de um outro extremo do Brasil. O processo precisa ser muito rápido. Não há tempo para buscar um coração muito longe. Então a fila é comum, mas respeita-se uma certa regionalidade. Guilherme Viganó, médico cardiologista

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