Pesquisadores brasileiros iniciam estudo com células-tronco contra a covid
Do UOL, em São Paulo
24/06/2020 08h44Atualizada em 24/06/2020 15h56
Um grupo de pesquisadores brasileiros iniciou, nos últimos dias, um estudo que utiliza células-tronco no tratamento de pacientes infectados com o novo coronavírus.
A iniciativa é feita por cientistas da PUC-PR, do Complexo Hospital de Clínicas da UFPR e do Instituto Carlos Chagas.
Nas pesquisas, são utilizadas células-tronco mesenquimais derivadas do tecido do cordão umbilical. Elas conseguem se transformar em células que fazem parte de outros segmentos, desde músculos a neurônios.
Em entrevista ao jornal O Globo, os responsáveis pelo projeto afirmaram que, devido ao potencial elevado de proliferação, estas células trabalham na regeneração de tecidos danificados e são capazes de não serem rejeitadas pelo corpo humano. De quebra, podem suportar a entrada de elementos estranhos, como o vírus.
Um dos líderes do projeto, Paulo Brofman, médico que também é coordenador do Núcleo de Tecnologia Celular da PUC-PR, falou ao jornal que uma alteração denominada "tempestade de citocinas" é um problema notável de pacientes que têm problemas agravados pela covid-19.
Esta mudança pode provocar grandes problemas respiratórios, já que ocupam parte do sistema pulmonar e diminuem a saturação de oxigênio no sangue.
"A literatura médica aponta que as células-tronco mesenquimais se mostraram muito indicadas para isso, porque têm uma importante ação anti-inflamatória", explicou a O Globo.
Brofman disse que o estudo inicial será feito com 15 pessoas e que os cientistas esperam ver os primeiros resultados em um mês.