Coronavírus: entenda o que ocorre se um navio ou avião relata caso suspeito
Da Ascom/Anvisa
28/01/2020 10h13
Com o aparecimento dos casos de doença respiratória causada pelo coronavírus na China, o governo brasileiro vem adotando medidas de preparação, orientação e controle para um possível atendimento de casos suspeitos no país.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável pelo controle sanitário em portos, aeroportos e fronteiras do país e conta com normas que orientam a atuação de toda a rede de vigilância brasileira. A atuação inclui o controle sanitário de cargas, viajantes e tripulantes, bem como os meios de transporte. A regulação segue o RSI (Regulamento Sanitário Internacional).
Durante a coletiva em Brasília, Antonio Barra, diretor-presidente substituto da Anvisa, frisou que os servidores da vigilância sanitária são capacitados e treinados para lidar com a situação, e que estão cientes de todos os procedimentos relativos ao novo coronavírus. Barra disse também que os procedimentos já fazem parte da rotina de trabalho dos servidores que fazem o acompanhamento da limpeza e desinfecção de meios de transporte e terminais, detecção e encaminhamento de casos suspeitos.
Confira a seguir o que acontece, na prática, no caso de um navio ou aeronave relatar um caso suspeito a bordo:
Avião
- A aeronave pousa, mas não pode iniciar o desembarque.
- A Anvisa aciona os órgãos responsáveis e vai a bordo em conjunto com o serviço médico e a vigilância do município do aeroporto para avaliar o paciente.
- Se o médico descartar o caso a bordo, o desembarque dos passageiros é liberado.
- Caso a suspeita seja mantida, o passageiro doente é removido para um hospital de referência local.
- Todos os demais passageiros seguem para uma entrevista com a vigilância epidemiológica para que possam ser monitorados, caso a suspeita seja confirmada posteriormente.
- A Anvisa monitora o trabalho de desinfecção da aeronave, descarte de resíduos e descarte de efluentes.
Navio
- O navio não recebe autorização para operar e ninguém pode desembarcar.
- A Anvisa e a vigilância epidemiológica sobem a bordo para inspecionar a embarcação e avaliar o paciente.
- Caso a suspeita seja mantida, o passageiro ou tripulante é removido para um hospital de referência.
- O navio não recebe a Livre Prática (autorização para operar) e a tripulação e os passageiros ficam impedidos de desembarcar.
- Se o caso for confirmado, a Anvisa e a vigilância epidemiológica fazem uma avaliação sobre o procedimento com a tripulação e os passageiros que ficaram a bordo.
- No caso de navios que já haviam iniciado a operação quando o caso suspeito apareceu, a Anvisa manda suspender a operação do navio e os tripulantes devem ficar a bordo.
- Nesse caso, deve ser investigado se o tripulante suspeito já havia descido do navio para que a vigilância epidemiológica realize a investigação de possíveis contatos.
- Em todas as situações de casos suspeitos encaminhados para o serviço hospitalar, a confirmação ou descarte definitivo da suspeita é feita pelo serviço de saúde e pela vigilância epidemiológica.