O que é e como age a miastenia gravis, doença da ex-bailarina do Faustão
Giulia Granchi
Do UOL VivaBem, em São Paulo
10/07/2019 15h01
Resumo da notícia
- A bailarina Carla Prata foi diagnosticada com miastenia gravis há dois anos. A doença afeta as contrações musculares e causa fraqueza nos músculos
- Normalmente essa doença se manifesta com crises, que podem acometer diversos músculos, como braços, pernas e rosto, inclusive a região dos olhos
- O tratamento é para a vida toda e a doença parece estar ligada ao timo, que fica perto do coração. A retirada dele para o tratamento não é consenso
Há dois anos, Carla Prata, ex-bailarina e assistente de palco do apresentador Faustão, foi diagnosticada com miastenia gravis, uma doença rara -- que atinge cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil. Ela contou mais sobre essa experiência em seu instagram e em entrevista para o site Notícias da TV.
A miastenia gravis é uma doença neuromuscular que pode surgir de duas formas: autoimune e congênita. Na autoimune, em algum momento da vida o organismo da pessoa fabrica anticorpos contra componentes da placa motora --parte do músculo responsável pela transmissão do estímulo nervoso que o faz contrair -- causando fraqueza muscular. Já na congênita, os anticorpos produzidos pela mãe passam pela placenta e atingem o feto.
A causa da alteração da fabricação de anticorpos, no entanto, ainda não é conhecida pela comunidade médica. O quadro pode acometer pessoas de qualquer idade, mas é mais comum para mulheres entre os 20 e 35 anos e após os 60 anos, em homens.
Sintomas
Na entrevista, a artista conta ter descoberto a condição após uma paralisia no rosto. De fato, o principal sintoma da doença é a fraqueza muscular. "Pode acometer diferentes partes do corpo, como braços, pernas e rosto, inclusive a região dos olhos. O paciente costuma ter dificuldade de visão e até em movimentar a pálpebra", explica Maramelia de Miranda, neurologista do Hospital São Luiz Morumbi.
De acordo com a especialista, os sintomas, no entanto, não são contínuos. "A doença tem uma característica de se manifestar em crises: o indivíduo pode passar meses sem sofrer com qualquer sinal dela, e de repente, sofre um episódio agudo", indica.
Tratamento
Ainda não existe cura para a miastenia gravis. Para o tratamento, são usados diferentes tipos de medicamentos, como:
- Drogas anticolinesterásicas para aliviar os sintomas;
- Corticoides, tratamentos imunomoduladores, drogas imunossupressoras e timectomia para diminuir a reação autoimune.
Cada caso, no entanto, deverá ser analisado por um especialista para que características individuais sejam levadas em conta.
Relação da miastenia gravis com a glândula do timo
Em seu relato ao Notícias da TV, Carla explica que antes de descobrir a doença, ela precisou ser operada para retirar um tumor no timo, glândula que produz anticorpos. De acordo com Miranda, acredita-se que a estrutura e o quadro estejam relacionados e que alguns médicos recomendam a retirada do timo.
"Como a glândula é um conjunto de células da imunidade, se observou que tirar pode reduzir a quantidade de crises, mas não é consenso entre os especialistas", aponta.
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