Conheça cinco dores muito fortes que uma pessoa pode sentir um dia
Daniel Navas
Colaboração para o UOL VivaBem
10/02/2019 04h00
Dor de dente, de cabeça, muscular, cólica, câimbra... Ao longo da vida enfrentamos diversos tipos de dor. Umas são mais fortes e outras mais fracas, mas isso depende muito da tolerância que cada pessoa tem para determinada problema. No entanto, existem algumas dores que são muito fortes e dificilmente alguém que já sentiu vai dizer: "É bobagem". A seguir, listamos cinco delas
Neuralgia do trigêmeo
É uma dor desencadeada pelo nervo trigêmeo, que fica localizado dentro da cabeça e leva esse nome por ser composto de três ramos: o primeiro que enerva a região até o olho; o segundo até a região do maxilar e o terceiro até a mandíbula.
O problema costuma afetar um lado da face e é caracterizado por uma dor que lembra um choque com fortíssima intensidade e de curta duração. Geralmente, a neuralgia do trigêmeo afeta uma ou mais divisões do nervo, sendo que os ramos maxilar e mandibular são os mais atingidos frequentemente.
A dor pode surgir espontaneamente ou em atos comuns no dia a dia, como lavar o rosto, escovar os dentes, falar, beber líquidos ou comer. Uma das principais causas é a compressão do nervo trigêmeo que, boa parte das vezes, ocorre por conta de um vaso sanguíneo e mais raramente por tumores. Essas pressões podem danificar uma camada protetora do nervo, causando uma espécie de curto-circuito, que é o disparo para a dor.
Cefaleia em salvas
É um tipo de dor de cabeça mais intenso e raro. O incômodo ocorre somente de um lado da cabeça --a pessoa geralmente tem a impressão de ocorrer no fundo e ao redor do olho. As crises são acompanhadas por sintomas como fraqueza da pálpebra, diminuição do tamanho da pupila, lacrimejamento, vermelhidão ocular e coriza (nariz escorrendo). Esses sintomas ocorrem do mesmo lado da dor.
Outra característica importante da cefaleia em salvas é o ritmo das crises, que varia de 15 minutos a três horas. É comum apresentar dores durante algumas semanas e depois ficar meses sem sentir nada. Já quando o problema se encontra no estágio crônico, pode ser que o período de melhora não aconteça, ou seja, a dor aparecerá todos os dias.
Cálculo renal
Popularmente conhecido como pedra nos rins, o problema nada mais é do que a formação de pequenos cristais --geralmente à base de cálcio, cistina, estruvita ou ácido úrico -- dentro dos rins e que pode, em algum momento, descer pelos ureteres, bexiga e uretra.
A forte dor aparece por causa da obstrução na via urinária quando os cristais caem na pelve renal e vão para o ureter, uma vez que bloqueia a passagem da urina e o rim dilata. À medida que o cálculo desce pelo ureter, as cólicas se intensificam, mas acalmam se a progressão for interrompida por alguns minutos, voltando a doer quando ele se movimenta novamente.
Lesão medular
Ocorre quando a medula espinhal --nervos que transmitem informações do cérebro e estão protegidas pela coluna -- sofre um dano, que pode vir por conta de um trauma, alguma doença inflamatória ou por malformação genética.
Os sintomas dependem da gravidade da lesão e da sua localização na coluna, podendo incluir perda parcial ou total dos movimentos, de braços, pernas ou do corpo, de forma temporária ou permanente. E juntamente com a lesão medular, surge uma dor crônica quase que permanente, de difícil tratamento e que pode ser atribuída aos neurônios afetados, que entram em uma espécie de "curto-circuito", levando informações dolorosas para o cérebro.
Parto
A dor do nascimento pode ser dividida em três momentos: dilatação, expulsão do bebê e da placenta.
O primeiro é o mais longo (geralmente dura de oito a 18 horas) e é caracterizado pelas contrações rítmicas, que inicialmente são menos intensas e mais espaçadas entre si. Conforme o trabalho de parto evolui, se tornam mais fortes e o tempo entre elas fica menor. A contração é uma sensação de pressão que se inicia na região lombar e é semelhante a cólica menstrual. Ela ocorre porque a musculatura do útero está se contraindo para que o bebê possa sair.
Quanto a expulsão da criança, o momento é dolorido porque a cabeça do bebê está pressionando os órgãos pélvicos. Por fim, há uma dor pouco intensa que decorre da expulsão da placenta.
Fontes: Cláudio Corrêa, neurologista e coordenador do Centro de Dor e Neurologia do Hospital 9 de Julho, em São Paulo; João Paulo Bezerra Leite, diretor científico do Comitê de Dor e Regeneração Tecidual da Sbed (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor); Marcos Leal Brioschi, professor de termografia do Ambulatório de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFM) da USP (Universidade de São Paulo); Marcus Yu Bin Pai, fisiatra, especialista em dor e acupuntura e pesquisador do grupo de dor do Departamento de Neurologia do HCFMUSP; Alexandra Raffaini, especialista no tratamento da dor e em medicina intervencionista da dor e membro da Sobramid (Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista em Dor); André Mansano, médico intervencionista da dor e especialista em tratamentos de dores crônicas; e Luciane Balbinot, fisiatra e neurofisiologista.
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