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É seguro alisar cabelo de criança?

Bella teve seus cabelos cortados e alisados pela madrasta Imagem: Arquivo pessoal

Gabriela Ingrid

Do VivaBem

03/07/2018 14h10

“É direito dela se sentir bem com a identidade dela, suas raízes, sua história isso não pode ser violado por vaidade nenhuma”. O desabafo de Fernanda Taysa sobre o alisamento dos cabelos de sua filha, Bella, de 8 anos, sem sua permissão, causou revolta nas redes sociais.

No domingo (1), Fernanda Taysa recebeu um telefonema do pai de Bella a comunicando que sua atual esposa cortou os cabelos da filha e ainda o alisou. A menina acumula mais de 77 mil seguidores em sua conta no Instagram, recheado de fotos em que Bella se mostrava feliz com seus cachos. No relato do Facebook, Taysa contou que agora a filha mal consegue dormir por estar com a autoestima baixa.

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Mas além do repúdio à atitude da madrasta, o caso também levantou a questão do alisamento do cabelo de crianças. Afinal, é seguro para a saúde delas?

“Nenhum tipo de alisamento é recomendado para crianças”, diz Lorena Teixeira, tricologista e dermatologista pela Universidade Federal de Goiás. “Como a haste dos fios é mais fina nelas, os fios são mais suscetíveis a danos por aquecimento excessivo e por contato a produtos químicos.”

Alisamento químico

De acordo com Teixeira, as crianças são mais sensíveis a reações alérgicas e, em procedimentos como a progressiva, são expostas a componentes que não temos real noção da concentração de alguns químicos. “Além de faltar estudos, os alisadores contêm formol ou se transformam em formol, um reconhecido agente cancerígeno.”

Adriano Almeida, dermatologista e diretor da Sociedade Brasileira do Cabelo, alerta que os danos de um procedimento químico ainda podem ser permanentes. “Com uma progressiva você quebra as pontes de sulfeto, o que gera uma mudança permanente do cabelo. Somente o fio novo, ou seja, o que nasce sem a química, tem suas características originais.”

Almeida ainda afirma que a criança pode ter descamação e coceira no couro cabeludo, seguida de ferimentos. Em último caso, uma queimadura química pode levar a uma alopecia cicatricial, ou seja, à perda permanente de cabelo.

Escova e chapinha

Tanto o secador quanto a chapinha quebram as pontes de hidrogênio dos fios, que são mais fracas. Por isso que quando o cabelo é umedecido, ele volta à formação original. É um alisamento temporário e, por esse motivo, não causa danos profundos.

No entanto, é preciso respeitar os 20 cm de distância entre o secador e o couro cabeludo, para não destruir a proteína do cabelo. “É um procedimento menos arriscado, mas ainda é possível queimar o cabelo, que também não volta mais à forma original”, diz Almeida.

O especialista ainda considera o alisamento na criança irresponsável. “É óbvio que a vontade é dos adultos, que acham eu a criança tem que ter cabelo liso. Eles é que tem que ter consciência de que isso não faz bem para elas, principalmente no que diz respeito à saúde.”

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