Seu filho odeia vegetais? Genética influencia na preferência das crianças
Do VivaBem, em São Paulo
24/02/2018 18h38
Quando seu filho te pede um lanchinho, ele quer biscoitos ou uma fruta? Um novo estudo, feito pela Universidade de Guelph, no Canadá, afirma que a escolha de snacks esta ligada à genética.
Os cientistas investigaram se as variantes genéticas nos mecanismos responsáveis pelo gosto influenciam nas escolhas de lanches das crianças em idade pré-escolar. Estas variantes podem se dividir em três tipos: a preferência por doces, a sensibilidade ao sabor de gordura e a aversão aos vegetais e folhas amargas.
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A resposta? Quase 80% dos voluntários tinham um desses fatores, o que faz com que haja preferência por lanches mais pobres -nutricionalmente falando.
"As crianças estão comendo muito mais snacks agora do que costumavam, e pensamos em observar como a genética pode estar relacionada ao comportamento de querer lanchar, o que pode nos dar respostas sobre o aumento da obesidade infantil", explicou Elie Chamoun, líder da pesquisa.
A pesquisa, publicada na revista Nutrients, rastreou as dietas de quase 50 crianças e descobriu que um terço das dietas infantis tinha lanchinhos. Também foram feitos testes genéticos na saliva dos participantes para determinas o perfil de gosto genético de cada um.
Doces
As crianças com genes relacionados a preferência de gosto doce, adivinhem só, comiam lanches com muito mais calorias de açúcar. Além disso, ingeriam os snacks principalmente durante a noite.
"É provável que essas crianças tenham comido mais açúcar de noite por ser o período que estão em casa e têm mais acesso aos alimentos com alto teor de açúcar", disse Chamoun.
Gordura
Já as crianças com variante genética relacionada à sensibilidade ao sabor da gordura, escolhiam lanches que davam mais energia. As pessoas com essa variante genética têm baixa sensibilidade oral à gordura e, portanto, consomem alimentos mais gordurosos sem nem notar.
"Lanches de alta densidade de energia, como biscoitos com muito açúcar e gordura, têm maior número de calorias por peso. São os que você quer evitar", aconselhou Chamoun.
Sem vegetais
Além disso, as voluntárias com variante genética relacionada a evitar vegetais amargos também consumiram lanchinhos com alta densidade de energia. "Estão substituindo aqueles vegetais saudáveis por lanches não saudáveis, estão evitando os saudáveis".
Informação pode enriquecer a dieta
Estabelecendo uma ligação sólida entre genética e sabor, os cientistas podem criar testes que ajudarão os pais a descobrir a variante genética de seus filhos. Assim, as famílias compreendem como seus filhos assimilam os gostos e adaptam a dieta para melhores escolhas nutricionais.
Se seu filho tem mais desejo por alimentos doces, devido à variante genética, você terá que por limite e reduzi a acessibilidade a esses snacks na rotina, por exemplo.
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