Cientistas da USP criam anticorpo que pode ajudar a tratar câncer de mama
Do UOL, em São Paulo
08/11/2017 15h58
Cientistas têm uma notícia otimista sobre a luta contra o câncer de mama: um tratamento com anticorpos pode barrar o avanço da doença. De acordo com pesquisas feitas no campus da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, um anticorpo monoclonal –proteína criada em laboratório para atingir um alvo específico-- mostrou eficiência nos teste em animais.
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O novo anticorpo evita a migração celular para outras partes do corpo e inibe uma proteína alvo envolvida na metástase. Para melhorar, o anticorpo também reconhece o alvo na superfície das células de câncer de mama e de ovário, obtidas de tecidos tumorais de pacientes.
Os resultados de estudos com camundongos mostraram que o anticorpo é eficiente na redução do crescimento de tumores preexistentes e potencializar a ação da droga já utilizada no tratamento, além de não apresentar toxicidade.
A próxima fase será identificar os pacientes mais indicados para o tratamento com o anticorpo e expandir o estudo para outros modelos de câncer mais letais, como os de ovário, cervical, pulmão e pâncreas.
A diretora da pesquisa, Sandra Faça, disse ao Jornal da USP que as notícias são animadoras, mas é preciso ter bom senso. Os estudos com a nova molécula para terapia do câncer avançam com sucesso desde 2009, porém, o descobrimento ainda precisa passar por vários testes antes de ser aprovado, uma vez que ainda está em fase pré-clínica, que são os testes em animais.
“É preciso ter paciência, uma vez que, de forma geral, o tempo para o desenvolvimento de um novo medicamento pode chegar a 14 anos. São cinco anos de pesquisa básica, dois anos de testes em modelos animais e cinco de desenvolvimento clínico”, explica Faça ao Jornal da USP.
Ainda segundo a cientista, o tratamento de câncer com anticorpos monoclonais tem sido uma das estratégias mais bem-sucedidas e importantes dos últimos anos. Com os resultados empolgantes, os pesquisadores já depositaram, em nome startup Veritas, patente desse novo anticorpo nos Estados Unidos.
Para conseguir prosseguir a pesquisa, Faça afirma que seria importante conseguir mais parceiros para viabilizar o processo em breve.