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Este conteúdo é uma produção do UOL Content_Lab para AbbVie e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL. Publicado em Maio de 2022

Muito além da própria pele

Como a dermatite atópica afeta não só o corpo, mas também as emoções e a rotina de pacientes e cuidadores

oferecido por Selo Publieditorial

"Em vários momentos, o desgaste emocional causado pela dermatite atópica (D.A.) é muito pior do que o físico".

Aos 17 anos, Lucas Miranda Santana resume, em uma frase, um dos aspectos mais desafiadores de conviver com esta doença dermatológica inflamatória crônica.

Foto: Mariana Pekin Foto: Mariana Pekin

Experiência para falar sobre D.A. não falta a Lucas. Aos 3 anos de idade, o estudante começou a alternar quadros graves de bronquite com algumas crises de coceira e ressecamento da pele das dobras dos braços e das pernas e ao redor da boca.

"Quando uma melhorava, a outra piorava. Aí, aos 7 anos, a bronquite melhorou de vez... E a dermatite piorou pra valer!", lembra.

Já na primeira consulta ao dermatologista, as lesões avermelhadas que coçavam e doíam não deixaram dúvidas: era dermatite atópica, uma inflamação crônica da pele, desencadeada por vários fatores.

No meu caso, as crises eram (e são) causadas por alérgenos como pó, ácaro, fungo, pelo de cachorro, pelo de gato e alguns alimentos, como as oleaginosas e frutos do mar. Estresse e ansiedade também pioram as lesões

Lucas Miranda Santana, estudante

Mesmo com o diagnóstico rápido e o início de tratamentos específicos, a gravidade da doença de Lucas o lançou em uma dura jornada. A D.A. passou a se espalhar por todo o corpo e, aos 8 anos, uma crise severa infeccionou a pele atrás dos dois joelhos do menino. "Começou a ser vergonhoso, porque eu não sabia como ir para a escola todo diferente, cheio de feridas", relata Lucas. A seguir, ele e a mãe, a assistente administrativa Regiane Miranda Santana, compartilham o impacto da doença no emocional e no cotidiano de quem lida com ela.

Foto: Mariana Pekin Foto: Mariana Pekin

Qual foi o impacto do surgimento da D.A. na sua vida, Lucas?

Lucas: O início foi muito complicado. Começou a ser vergonhoso, porque eu não sabia como ir para a escola todo diferente, cheio de feridas. Era pequeno, não conseguia explicar para os colegas o que eu tinha. Só falava que era um problema de saúde não contagioso. Por sorte eles foram muito compreensivos, continuamos convivendo normalmente. Mesmo assim, a vida escolar foi impactada. Algumas crises me faziam perder prova e me deixavam sem ânimo para estudar, para fazer lição. Aí, quando passavam, eu corria atrás. Ficava nesses altos e baixos.

Quais privações a doença impôs?

Lucas: Ah, várias... Eu gostava muito de fazer natação e tive de parar, porque o cloro atacou muito a dermatite. Até hoje, quando vou na piscina, fico pouco e quando saio já vou para o banho e tenho que hidratar bem a pele. Verão e inverno não são fáceis, pois um me faz suar (o que agrava o quadro) e o outro resseca a pele, o que também provoca crises. Daí eu adorar a primavera e o outono (risos). Um dos momentos bem angustiantes foi quando tive que dar o meu cachorro, o Pikachu. Ele já estava comigo havia dois anos, mas fui desenvolvendo uma alergia tão grande ao pelo que bastava chegar perto para dar água que as lesões já começavam a estourar. Também tive de parar de comer várias coisas que adoro, porque elas desencadeiam crise... Em crises mais fortes, deixei de ir a festas por não me sentir bem comigo mesmo. Inventava que minha mãe não havia me deixado ir. Olha, não é fácil!

Você diria que o desgaste emocional é tão intenso quanto o físico?

Lucas: Não. Eu diria que, em vários momentos, o desgaste emocional é muito pior do que o físico. Às vezes, a crise em si nem é tão grave, mas você já está tão cansado de viver machucado pelas feridas que qualquer coisa a mais fazia tudo cair por terra, eu ficava mal. Hoje, estou mais tranquilo. Acho que a idade me trouxe o entendimento que a dermatite está comigo e tenho de lidar com ela da melhor forma. Também aprendi que as pessoas vão olhar mesmo, porque elas não entendem muito bem. E tudo bem, pois é só explicar que não é nada contagioso que a maioria fica de boa. Esclarecer é o que há de mais poderoso contra preconceito.

O que diria para quem recebe o diagnóstico de D.A.?

Lucas: Paciência e resiliência. Também é preciso ter fé, nunca deixar de acreditar que uma hora você vai achar o tratamento que vai ajudar a controlar de verdade.

Como é para a família conviver com uma criança/adolescente com D.A.?

Regiane: É muito desgastante viver na expectativa de ver a criança ter outra e outra crise. É desafiador gerir as suas próprias emoções, a do seu filho e as de quem o cerca. Aí, tem que buscar ajuda de especialistas em quem confie e procurar informação de qualidade, entender todas as opções que existem de tratamento, conversar com quem tem a doença. Porque é isso que vai te ajudando a aprender a lidar com as crises em si e com as situações que elas desencadeiam. Ninguém na nossa família havia tido D.A., então, muito cedo eu comecei a ensinar o Lucas a explicar a doença, a dizer que não era contagiosa. E a ter disciplina para conviver com ela, passando segurança para ele.

Lucas: Valeu a pena. Durante anos, meus planos se resumiam a dar jeito na dermatite. Hoje, como ela já está melhor, com pontos focados no rosto e no pescoço, estou cheio de planos que vão muito além de questões de saúde. Todos bem bonitos!

Você sabia?

  • As causas exatas da D.A. ainda são desconhecidas.

  • 60% dos casos ocorrem no primeiro ano de vida (2)

    Embora a D.A. possa aparecer em qualquer idade.

  • Lesões na fase aguda e crônica

    Na fase aguda, a D.A. apresenta lesões avermelhadas, com pequenas bolhas que podem minar água. Há intensa coceira. Já na fase crônica as lesões se mostram espessadas, com escoriações e/ou crostas, também podendo haver coceira e até mesmo dor. Na maioria dos casos, as lesões agudas e crônicas coexistem.

  • As lesões surgem de forma cíclica

    Podendo haver intervalos de meses e até anos entre as crises. (3)

  • O diagnóstico é clínico

    Feito a partir das características das lesões, do grau de acometimento, dos sintomas e da avaliação do histórico pessoal e familiar.

  • Controle, redução e prevenção

    O tratamento visa controlar a coceira, reduzir a inflamação da pele e prevenir recorrências.(3)

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