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Dermatite Atópica sem tabu

O que as pessoas precisam saber sobre essa doença inflamatória crônica

oferecido por Selo Publieditorial

Algumas doenças, por mais que estejam presentes em considerável parte da população e sejam bem descritas na medicina, seguem pouco conhecidas e cercadas de tabu. Exemplo perfeito disso é a dermatite atópica (também chamada de eczema atópico). Apesar de ser a doença dermatológica inflamatória crônica mais prevalente do mundo, as pessoas pouco sabem a seu respeito. Resultado: a jornada do paciente, já desafiadora por si só, acaba ainda mais tumultuada por mitos e preconceitos.

Estima-se que a dermatite atópica acometa até 15% a 20% das crianças (1) e até 1% a 3% (1) da população adulta em todo o planeta. No Brasil, segundo o grupo de estudos ISAAC, a prevalência média é de 8,2% em crianças entre 6 e 7 anos e 5,0% em adolescentes entre 13 e 14 anos. Nos adultos, este percentual não é conhecido, mas é possível estimar que esteja dentro da média mundial (1% a 3% da população).

Crônica, a dermatite atópica (D.A.) inflama a pele, levando ao surgimento de lesões avermelhadas que provocam coceira e dor. A doença afeta, geralmente, quem tem histórico pessoal/familiar de asma, rinite alérgica ou dermatite tópica - a chamada tríade atópica (2). Não é, portanto, contagiosa, mas sim de origem genética e ambiental. Seu diagnóstico é clínico, feito a partir das características das lesões, dos sintomas e da avaliação do histórico pessoal e familiar. As causas exatas do problema ainda são desconhecidas. Porém, sabe-se que a alteração da barreira de proteção da pele provoca a perda constante de água. O comprometimento da barreira, associado a fatores internos e externos, predispõem à inflamação local, com consequente surgimento de lesões, que se perpetuam com o ato de se coçar.

Embora a D.A. possa aparecer em qualquer faixa etária, 60% dos casos ocorrem no primeiro ano de vida (2) - em geral, a partir dos 4 meses de vida (3). A fase aguda da doença cursa com o surgimento de lesões avermelhadas, com pequenas bolhas que podem minar água. Há intensa coceira. A fase crônica é caracterizada por lesões espessadas, com escoriações e/ou crostas, na qual também pode haver coceira e até mesmo dor. Na maioria dos casos, as lesões agudas e crônicas coexistem.

Mais da metade dos casos acontecem no primeiro ano de vida

O quadro clínico da dermatite atópica muda conforme a fase da doença, a etnia do paciente e a faixa etária (4):

  • infantil - 3 meses a 2 anos de idade;
  • pré-puberal - 2 a 12 anos de idade;
  • adulta - a partir dos 12 anos de idade.

Em bebês, as erupções cutâneas são mais frequentes no rosto, pescoço, atrás das orelhas, braços e pernas (3), podendo afetar grandes superfícies do corpo. Já nas crianças mais crescidas e nos adultos, as lesões costumam aparecer no pescoço, rosto, mãos, pés, na parte anterior dos cotovelos e atrás dos joelhos (3). As lesões ocorrem de forma cíclica, podendo haver intervalos de meses e até anos entre as crises (4). O problema pode se prolongar até a vida adulta, mas há uma grande tendência de melhora gradual, conforme o passar da idade (2). É importante pontuar que, embora menos frequente, a doença também pode surgir no adulto e também no idoso, sem o histórico prévio de D.A. A barreira cutânea alterada e as lesões podem permitir a entrada de vírus e bactérias e evoluir com infecções na pele (3).

Como os sinais da D.A. são visíveis e, às vezes, estigmatizantes, as crianças podem desenvolver problemas emocionais duradouros (3). Afinal, durante seu crescimento, enfrentam não só a convivência com a doença, mas também os preconceitos por ela desencadeados. Bullying e constrangimentos acarretam em vergonha, isolamento e/ou fobia social, privação, ansiedade e depressão. Marcas psicológicas que podem se estender pela adolescência e vida adulta, afetando seriamente a vida familiar, social e profissional do paciente ou de seus cuidadores.

Daí a importância de se tratar e prevenir continuamente as crises. O tratamento (4) visa o controle da coceira, a redução da inflamação da pele e a prevenção das recorrências. A maioria dos casos é tratada com medicamentos tópicos, aplicados diretamente sobre a pele. A fototerapia (tratamento com raios ultravioleta) é direcionada a casos especiais, de difícil controle. Nos quadros mais graves, pode-se recorrer a medicações orais ou injetáveis. Já quando há infecções secundárias, indica-se o uso de antibióticos (tópicos ou orais) (2).

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