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Preso por estupros em série em GO escolhia vítimas aleatórias, diz polícia

Daniel Mauricio de Oliveira foi preso em Goiania Imagem: Polícia Civil de Goiás/Divulgação

Colaboração para Universa, em São Paulo

27/03/2024 16h54

O homem preso por suspeita de cometer estupros em série em Goiânia escolhia as vítimas de forma aleatória, segundo informações da Polícia Civil de Goiás. Até o momento, 11 mulheres registraram boletim de ocorrência contra ele.

O que aconteceu

Suspeito não tinha biotipo específico para escolher suas vítimas. De acordo com os investigadores, o serralheiro Daniel Mauricio de Oliveira, 53, escolhia as mulheres de forma "aleatória" porque as vítimas já identificadas "não possuem perfis parecidos".

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Estupros eram investigados de forma isolada, até a polícia descobrir uma "coincidência genética" no material biológico encontrado em seis vítimas. A delegada Amanda Menuci explicou que, embora esse material não tenha revelado a identidade do suspeito, serviu para unificar as investigações, fato que resultou na prisão do suspeito no último sábado (23).

A Polícia Civil vinha investigando esses casos de estupro de maneira isolada, com investigações na Delegacia de Trindade e outras na Delegacia da Mulher, quando fomos comunicados pela Polícia Técnico Científica acerca de um 'match', coincidência genética entre o material biológico encontrado em seis vítimas. Embora esse 'match' não indicasse um suspeito, autoria, foi imprescindível para acender um alerta de que se tratava de um mesmo suspeito estuprando todas as mulheres.
-- Amanda Menuci, delegada da PCGO

Suspeito utilizava o mesmo modus operandi com todas as vítimas, explicou a delegada. "Ele abordava as vítimas em locais públicos, próximos a pontos de ônibus, utilizando veículos de terceiros, o que tornou ainda mais difícil o rastreio pela polícia. Ele utilizava de ameaça ou violência para cometer a conjunção carnal com essas vítimas, em seguida as roubava e abandonava em locais ermos".

Entenda o caso

Pelo menos 11 crimes foram cometidos entre 2015 e 2024. O primeiro registro foi em janeiro de 2015, informou a Polícia Civil.

Vítimas tinham entre 11 e 56 anos. A maioria delas foi abordada quando andava em locais públicos da capital. Uma delas estava na frente de um shopping quando foi obrigada a entrar no carro do suspeito. Daniel dopava as mulheres para diminuir a capacidade de resistência delas, informou a polícia. Ele usava facas ou uma arma para ameaçá-las e as abandonava após o crime.

Características do suspeito e do carro dele ajudaram na investigação. A descrição do homem dada pelas vítimas à polícia foi o primeiro fator que levantou a suspeita de que os crimes eram cometidos pela mesma pessoa. O interior do carro dele, que era acolchoado, também ajudou os investigadores.

Objeto de vítima encontrado com suspeito. O celular da vítima mais recente foi roubado pelo suspeito e encontrado com o filho dele, que foi preso por receptação - o nome e idade dele não foram divulgados pela polícia. .

Identidade de Daniel foi divulgada a pedido da polícia. A foto de Daniel foi disponibilizada pela Polícia Civil para que outras possíveis vítimas ou testemunhas tivessem a oportunidade de reconhecê-lo. A instrução é que elas procurem a delegacia.

O processo corre em segredo de Justiça e o UOL não conseguiu visualizar o nome da defesa do suspeito. O espaço segue aberto para manifestação da defesa.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos.

O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas, por se tratarem de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados.

O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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