Grupo faz campanha de US$ 10 milhões para ganhar votos femininos nos EUA
De Universa, em São Paulo
02/09/2020 16h13
O grupo democrata feminino Supermajority (Supermaioria, em tradução livre) vai gastar US$ 10 milhões — o equivalente a R$ 53,6 milhões — para incentivar o voto de mulheres em três estados que podem ser decisivos nas eleições presidenciais norte-americanas, em novembro de 2020.
De acordo com o site Politico, o grupo fundado por progressistas está lançando hoje a campanha "O Que as Mulheres Querem 2020", com foco em vincular uma plataforma de políticas à justiça racial e igualdade de gênero.
O financiamento milionário inclui compra de anúncios digitais, com o objetivo de ganhar eleitoras jovens e eleitoras negras nos estados de Michigan, Pensilvânia e Arizona.
"Sabemos que as mulheres têm um papel desproporcional nesta eleição, [e] estamos aproveitando nosso poder eleitoral", disse Juanita Tolliver, diretora política da Supermaioria.
"É por isso que estamos fazendo este grande investimento não apenas na mobilização, mas na organização e educação das mulheres."
O Supermajority foi fundado em abril de 2019 por várias líderes progressistas de alto perfil, incluindo Cecile Richards, ex-presidente da Planned Parenthood, Alicia Garza, cofundadora da Rede Global Black Lives Matter, e Ai-jen Poo, diretora executiva da National Domestic Workers Alliance. O objetivo do grupo era treinar e mobilizar 2 milhões de mulheres antes das eleições de 2020.
As eleitoras femininas, principalmente mulheres negras, são a espinha dorsal da coalizão do democrata Joe Biden. O ex-vice-presidente normalmente ganha de Donald Trump por dois dígitos entre as eleitoras, criando uma grande diferença de gênero que se ampliou.
A eleição de Trump em 2016 estimulou um grande número de mulheres a protestar, começando com a Marcha Feminina de 2017, um dia após a posse de Trump, concorrendo a cargos públicos e votando em democratas nas eleições subsequentes, levando a ganhos históricos para candidatas femininas nas eleições intermediárias de 2018.
Tolliver disse que a escolha de Biden por Kamala Harris como sua companheira de chapa, uma escolha histórica como a primeira mulher de ascendência negra ou sul-asiática em uma chapa nacional de partido, "enviou o entusiasmo às alturas" entre as integrantes do Supermajority.