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Médicas posam de biquíni em protesto contra estudo considerado sexista

Medbikini: médicas postam fotos de biquíni em protesto contra estudo considerado sexista Imagem: Reprodução/Twitter/ladaisysanchez

De Universa, em São Paulo

28/07/2020 11h21

Um estudo publicado no Journal of Vascular Surgery causou uma onda de protestos por concluir que o conteúdo postado por médicos nas redes sociais pode afetar a escolha do paciente na hora de buscar atendimento e prejudicar a reputação profissional entre colegas e empregadores.

O documento em questão foi publicado em dezembro do ano passado, mas ganhou visibilidade na última semana. Ele menciona especificamente fotos com "trajes inapropriados", "segurando ou consumindo álcool" e "poses provocantes em biquínis/moda praia". Muitos profissionais argumentaram que o conteúdo tinha as mulheres como alvo, destacando o sexismo no campo da medicina.

Com a repercussão, médicas de diferentes países publicaram fotos de biquíni ou segurando bebidas alcoólicas, como forma de protesto, usando a hashtag medbikini.

Vera Bajarias, nefrologista nas Filipinas, postou uma foto de biquíni com a seguinte legenda: "A misoginia é medieval. Eu tenho que usar meu jaleco branco o tempo todo para merecer o título de 'profissional'? Divertida, sexy, inteligente e trabalhadora podem existir no mesmo espaço. Eu posso usar roupas de banho na praia no meu tempo livre e ser uma médica competente e compassiva no trabalho."

Médicas brasileiras também postaram fotos suas em trajes de banho, destacando que suas competências nada tem a ver com a roupa que usam.

A médica Candice Myhre, do Havaí, também fez um longo desabafo sobre o caso em seu Instagram. Ela postou uma foto em que aparece de biquíni socorrendo um rapaz na praia.

"Doutora Biquíni salvará sua vida no meio do oceano quando for atropelado por um barco (...) Podemos usar o que quisermos em nosso tempo livre e ainda salvar sua vida", escreveu ela, se solidarizando com as colegas de profissão.

Autor pede desculpas

Devido à reação negativa, um dos autores e a publicação pediram desculpas. O Journal of Vascular Surgery anunciou ainda que o estudo seria retirado.

"Nossa intenção era capacitar os cirurgiões a estarem cientes e, então, decidir pessoalmente o que poderia estar facilmente disponível para pacientes e colegas verem sobre nós", escreveu Thomas Cheng, um dos autores no Twitter, segundo a CNN. Sua conta na rede social não está mais disponível.

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