Estudo alerta que 10% do leite vendido em sites americanos é mistura
Cerca de 10% do leite materno vendido pela internet nos Estados Unidos também contém leite de vaca ou em pó, segundo pesquisa publicada nesta segunda-feira (6) na revista norte-americana "Pediatrics".
A descoberta, feita após a análise de 102 amostras de leite materno vendidas na internet, ilustra os riscos potenciais para muitos bebês que sofrem com certos problemas de saúde.
O leite misturado torna as crianças mais vulneráveis ao risco de infecções bacterianas e virais, identificadas em um estudo anterior pelos mesmos pesquisadores.
"Descobrimos que uma em cada dez amostras de leite materno adquirido na internet continha quantidades significativas de leite de vaca, o que representa um risco para as crianças com alergia ou intolerância a esse leite", afirmou a médica Sarah Keim, do Research Institute at Nationwide Children, que conduziu o estudo.
"Se um bebê alérgico à leite de vaca bebe a mistura pode acabar ficando gravemente doente", diz a pesquisadora.
Essa mesma equipe de pesquisadores já havia determinado anteriormente que 21% dos pais que tentam obter leite humano na internet fizeram isso porque o filho sofria com algum problema de saúde. Em 16% dos casos, tratava-se de alergias a alimentos para bebês.
O que é mais preocupante é que estudos anteriores revelaram que mais de 75% do leite vendido na internet estava contaminado com bactérias ou vírus.
A agência norte-americana que regula os medicamentos (Food and Drug Administration, a FDA) advertiu em 2010 sobre uma possível contaminação do leite materno não pasteurizado.
"O temor existe na medida em que há dinheiro envolvido, o que poderia incentivar o aumento do volume de vendas de leite diluído com leite de vaca ou artificial para ganhar mais", afirmou Sarah Keim. "As mães que consideram a compra de leite materno devem saber que a internet representa um risco real para seus filhos."