Cometa desintegra e revela "coração de gelo" em seu interior
"Bolas de gelo sujo". Assim são chamados popularmente os cometas pelos astrônomos. Isso porque seus núcleos, cujas dimensões podem variar de cem metros a 40 quilômetros, são compostos por rochas, poeira, gases congelados e gelo.
O aparecimento destas camadas de gelo no interior de cometas é comum quando há o fenômeno da desintegração, que faz com que ele se despedace em fragmentos --que podem ser minúsculos, medindo poucos metros, ou enormes, dando origem a outros cometas.
A grande descoberta, publicada na Nature Astronomy, no entanto, é a ligação entre eventos destrutivos ocorridos no interior dos cometas, como o deslizamento de terra, com a desfragmentação destes, algo que até então carecia de provas.
Para chegar a tal conclusão, o astrônomo da Nasa Maurizio Pajola e outros pesquisadores analisaram imagens em alta definição das espaçonaves OSIRIS e Rosetta desta desintegração, ocorrida em 10 de julho de 2015.
Os pesquisadores conseguiram, então, rastrear a origem da desintegração, chegando até um penhasco chamado Aswan. Analisando as imagens da tal escarpa, constatou-se de que o colapso ocorrido nela, ou seja, o deslizamento de terra –um dos efeitos destrutivos do cometa-- se deu ao mesmo tempo que a desintegração do 67P/Churyumov-Gerasimenko.
A conclusão dos autores do estudo é de que o colapso do penhasco foi a causa da desintegração, bem como da remodelação da área nuclear do cometa, que acabou por expor a camada intacta de gelo, originados nas regiões frias do Sistema Solar durante sua formação.
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