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Governo lança campanha de conscientização sobre consumo da lagosta

Claudia Andrade<br>Do UOL Notícias<br>Em Brasília

04/12/2008 12h55

O governo federal lançou nesta quinta-feira (04) uma campanha para conscientizar o consumidor sobre a pesca predatória de pescados. O primeiro alvo da campanha é a lagosta, um dos crustáceos mais apreciados pelos turistas que visitam as praias brasileiras, especialmente as do Nordeste, e também o segundo produto da pauta de exportações de pescados do Brasil, atrás apenas do camarão.

"Temos que conscientizar o consumidor para que ele não coma lagosta fresca em janeiro. Não dá pra ir à Praia do Futuro (em Fortaleza, Ceará) e querer comer lagosta fresca", exemplificou o ministro Altemir Gregolin, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca.

Apenas lagostas de estoque devem ser consumidas até maio deste ano, quando acaba o período de defeso ou reprodução da lagosta, quando a pesca fica proibida.

O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama também trabalham na campanha, que tem o apoio da Infraero para a distribuição de painéis com instruções sobre como identificar a lagosta que pode ser consumida. O objetivo é conscientizar também os turistas estrangeiros que visitarem o litoral brasileiro neste verão.

Uma das principais informações refere-se ao tamanho do pescado. No caso da lagosta vermelha, a cauda não pode ter menos de 13 centímetros. O tamanho mínimo para a lagosta cabo verde é 11 centímetros.

As lagostas vermelha e cabo verde são as mais consumidas pelos públicos interno e externo. A exportação de lagosta totaliza US$ 80 milhões ao ano e é responsável por 150 mil empregos em toda a cadeia produtiva, desde a pesca até a distribuição.

Mas o volume de lagosta coletada vem diminuindo. Passou de 11 mil toneladas em 1991 para 7 mil toneladas em 2006. O governo colocou em curso medidas de controle e fiscalização. Recadastrou a frota pesqueira, apreendeu redes de pesca e ampliou o período de defeso de quatro para seis meses.

No caso do recadastramento, chegou-se ao número de 3 mil licenças concedidas. Os trabalhadores que não obtiveram permissão para manter-se na atividade pesqueira participaram de cursos de capacitação e receberam um salário mínimo durante três meses.

As redes não podem ser usadas para a pesca da lagosta, é permitido apenas o uso de covos, uma espécie de armadilha que captura apenas lagostas maiores. Para estimular a substituição do equipamento, a secretaria de aqüicultura destinou R$ 13 milhões ao pagamento de mais de 12 mil km de redes entregues voluntariamente pelos pescadores. "Isso equivale a uma vez e meia o litoral brasileiro", destacou o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). Também foram apreendidos outros 3 mil km de redes ilegais.

O número de embarcações que farão a fiscalização do litoral brasileiro passou de seis para 14 neste período de defeso, que teve início agora em dezembro e vai até maio do ano que vem. Até o ano passado, a proibição da pesca terminava em março. "Essa mudança foi feita porque foi estudado o ciclo de reprodução da lagosta e se percebeu que era necessário mais tempo até que ela chegasse ao tamanho ideal", explicou Minc.

Do ano passado para cá, foi verificado um aumento da exportação de caudas de lagosta. Em 2007, o volume exportado ficou em 1,6 mil toneladas. Este ano, passou para 2,1 mil toneladas. "Isso já é um início de recuperação da pescaria", afirmou Gregolin, da Secretaria da Pesca. "Esse aumento indica que as medidas já estão dando resultado. E verificamos também um aumento gradativo na produção", completou.

Para Carlos Minc, o mais importante é a conscientização. "Essas questões não se resolvem só com repressão. É preciso também conscientizar o consumidor, os sindicatos de trabalhadores, as comunidades, e valorizar o produto", destacou.

Depois da lagosta, o trabalho de conscientização será focado em outros pescados, como sardinha e camarão.

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