Cientistas chineses identificam 396 genes relacionados à toxicomania
A descoberta, feita por especialistas da Universidade de Pequim, poderia no futuro servir para criar métodos para o tratamento da toxicomania ou o abuso do álcool e do tabaco.
Wei Liping, responsável pelo Instituto de Biociências da Universidade de Pequim, destacou após anunciar os resultados das pesquisas que os fatores genéticos contribuem em 60% para a vulnerabilidade do ser humano em relação às drogas e outras substâncias aditivas.
As pesquisas do instituto começaram em 2005, com apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia chinês, e se baseiam em estudos publicados nos últimos 30 anos, nos quais foram encontradas mais de 2.300 evidências sobre a possível vinculação entre os genes e a dependência.
Wei destacou que apesar do avanço que já foi possível graças à identificação de genes "viciados", ainda há muito a pesquisar para desenvolver tratamentos adequados.
As autoridades chinesas tentam fazer com que todos os dependentes de drogas do país se registrem oficialmente como tais, para ser submetidos a tratamentos de reabilitação.
Segundo números oficiais de 2006, 785 mil toxicômanos vivem no gigante asiático, dos quais 89% são heroinômanos e, destes, 69% têm menos de 35 anos, 30% são camponeses e 52% desempregados.
Os toxicômanos representam 39,3% do total de infectados pelo HIV na China.