Proposta defendida pelo Brasil marca fim de etapa da conferência de Bali
Entretanto, muitas partes ainda lembram a importância de melhorar a gestão dos recursos financeiros para evitar que países os quais estejam derrubando árvores com grande intensidade possam se beneficiar de incentivos por conservar suas florestas.
Mas a atitude de Estados Unidos, Japão e Canadá em serem reticentes a estabelecerem compromissos concretos de redução das emissões de gases do efeito estufa acabou sendo o principal assunto em Bali até o momento.
Após as reuniões que tiveram início no último dia 3, começa nesta quarta-feira o lado ministerial do evento, que contará com a participação dos responsáveis pelas pastas de meio ambiente de quase 200 países.
Os ministros, muitos dos quais já começaram a chegar ao complexo onde a conferência está sendo realizada, terão sobre a mesa uma minuta de trabalho com muitas dúvidas a serem elucidadas.
Entre elas, se destaca a possibilidade de incorporar ao acordo final da conferência um parágrafo que comprometa os países desenvolvidos a reduzirem suas emissões de dióxido de carbono entre 25% e 40% no ano 2020.
Tal redução, recomendada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês), é a defendida pela União Européia (UE) nas negociações.
Entretanto, países como EUA, Japão e Canadá são reticentes a fixar números concretos para não comprometerem as conversas que devem ocorrer durante os próximos meses e anos, informaram fontes da delegação espanhola em Bali.
As mesmas fontes observaram que japoneses e canadenses estão mostrando uma "extrema cautela" na hora de assumir compromissos concretos, e confiaram em que a negociação política que terá início nesta quarta-feira permitirá avançar rumo a um acordo que satisfaça todas as partes.
A ministra do Meio Ambiente espanhola, Cristina Narbona, expressou suas dúvidas em relação à possibilidade de os EUA aceitarem que compromissos concretos de redução de emissões para 2020 sejam fixados no acordo final.
Em declarações dadas a jornalistas no final das reuniões de hoje, Narbona considerou que a cúpula aprovará uma convocação à comunidade internacional com o objetivo de multiplicar os esforços nos próximos meses para conseguir levar à cúpula de 2009 uma proposta de Protocolo que substitua o de Kyoto que vence em 2012.