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UE abre investigação sobre acordo de US$2,1 bi entre Google e Fitbit

04/08/2020 14h11

Por Foo Yun Chee

BRUXELAS (Reuters) - A aposta do Google, da Alphabet, para enfrentar Apple e Samsung no mercado de dispositivos vestíveis com a compra do Fitbit encontrou um obstáculo nesta terça-feira, após reguladores antitruste da União Europeia abrirem investigação sobre o acordo de 2,1 bilhões de dólares.

A decisão ocorreu apesar da promessa do Google de não usar dados do dispositivo fitness para fins publicitários, numa tentativa de amenizar temores da concorrência.

O órgão antitruste da UE disse que a promessa é insuficiente para aliviar suas preocupações.

"A transação proposta reforçaria ainda mais a posição de mercado do Google no setor de publicidade online, aumentando a já vasta quantidade de dados que o Google poderia usar para direcionar os anúncios que exibe", afirmou a Comissão.

O órgão destacou os serviços de publicidade online e serviços de tecnologia de anúncios, em que ferramentas analíticas são usadas na publicidade digital, como duas áreas que seriam afetadas pelo acordo.

Também afirmou que os dados coletados por dispositivos usados no pulso parecem ser uma vantagem importante na publicidade online, e o acordo daria ao Google uma vantagem na personalização de anúncios e dificultaria a concorrência.

Em última análise, isso resultaria em preços mais altos para anunciantes e editores.

A Comissão decidirá até 9 de dezembro se aprova ou barra o acordo.

O Google disse que a combinação de seu hardware com os dispositivos da Fitbit aumentaria a concorrência no setor, que tem empresas como Apple, Samsung, Xiaomi, Huawei e outros.

"Este acordo é sobre dispositivos, não dados. Deixamos claro desde o início que não usaremos dados de saúde e bem-estar do Fitbit para anúncios do Google", disse Rick Osterloh, vice-presidente sênior de dispositivos e serviços, em comunicado.