'Prédio espaçonave' da Apple é todo de vidro curvo; veja imagens exclusivas

Prédio circular no formato de nave espacial, trilhas para caminhadas, estacionamentos e árvores espalhadas por todos os lados num espaço equivalente ao tamanho de 640 campos de futebol. O Apple Park, sede da empresa em Cupertino (EUA), é uma mistura de escritórios e parque gigante.

Tilt visitou lugares exclusivos para funcionários da companhia durante a cobertura da WWDC 2023, conferência anual da empresa para desenvolvedores, realizada no início de junho. Confira a seguir curiosidades sobre o lugar, detalhes da experiência e imagens.

O Apple Park foi inaugurado em 2017.

O projeto custou cerca de US$ 5 bilhões.

A ideia de ter um único prédio com capacidade para abrigar 12 mil funcionários foi destacada pelo próprio Steve Jobs, cofundador da Apple e ex-CEO, numa reunião no conselho de Cupertino, realizada em 2011.

Nesse mesmo encontro, ele usou o termo "nave espacial" para se referir ao prédio.

Área para visitantes

Os turistas só podem chegar até o centro de visitantes, local dividido por um café e uma loja oficial da Apple com produtos exclusivos, como camisetas e bonés. O espaço fica do lado de fora do complexo do Apple Park.

Nos dias do evento, produtos da série "Ted Lasso", da Apple TV+, viraram motivo de filas entre os visitantes.

Nesse mesmo local existe um terraço com mesas e cadeiras. Ao subir alguns lances de escada ou pegar um elevador, é possível observar parte do prédio circular feito com vidros curvos (sim, a espaçonave) enquanto a pessoa toma um café.

Só pessoas autorizadas

Os eventos realizados na sede da Apple têm uma preocupação enorme com segurança e organização trabalha para garantir que nenhum convidado circule por espaços além dos já delimitados - e vamos combinar que a Apple adora fazer mistério sobre suas instalações.

Em grandes lançamentos, como o do iPhone, jornalistas, criadores de conteúdos e convidados só são autorizados a transitar entre:

• O centro de visitantes, onde a empresa cria uma área de trabalho, com mesas, cadeiras, tomadas e lanches.
• Loja da Apple.
• Auditório Steve Jobs, local usado desde 2017 para o anúncio e exibição de produtos lançados.

Desde o ano passado, isso mudou. A WWDC aconteceu pela segunda vez dentro da sede da companhia. Nos anos anteriores (antes da pandemia) a conferência era realizada num centro de convenções em San Jose, uma cidade próxima a da sede da companhia.

Então neste ano participantes puderam acessar regiões antes liberadas apenas para funcionários. Atravessando a rua do centro de visitantes, chegamos numa grande recepção no Apple Park. É possível basicamente seguir em duas direções:

Esquerda: dá acesso ao prédio de escritórios com quatro andares e em forma de anel, todo revestido de vidro.

Direita: dá acesso ao auditório Steve Jobs, palco dos anúncios dos iPhones nos últimos anos.

No primeiro dia da WWDC, todos passaram por um processo de segurança para entrar no local, com mochilas sendo revistadas e notebooks passando por uma máquina específica para eletrônicos.

No segundo dia, os jornalistas só precisaram mostrar as credenciais de imprensa para se deslocar ao redor do prédio circular e dentro dele. Tudo, claro, acompanhados de ao menos um funcionário da equipe de comunicação da Apple. Em nenhum momento a partir dali pudemos ficar sozinhos.

Cheguei ver funcionários da empresa aproximando o iPhone ou relógio Apple Watch numa estrutura conectada a um portão/uma porta para liberar o acesso deles tanto na recepção quanto nas entradas dos escritórios.

Escritório em formato de nave espacial

Caminhando pelas laterais do prédio circular não tem como negar a imponência dos painéis curvos de vidros transparentes (fiquei imaginando o trabalho para manter tudo limpo).

No local ficam os escritórios, salas de reuniões, cafés para funcionários, mesas para descanso, alimentação, banheiros e árvores — muitas árvores. No corredor e na parte interna do círculo.

Durante a caminhada no primeiro dia avistei o famoso arco-íris, presente nos vídeos de eventos produzidos pela companhia.

Andando mais um pouco chegamos até o local da apresentação. Foi possível visualizar o centro interno do prédio circular, boa parte rodeado por mesas, cadeiras e mais árvores.

Outra área do escritório inexplorada

No segundo dia pela manhã peguei uma carona num carrinho de golfe para chegar numa das entradas de acesso aos escritórios. O trajeto demorou uns 5 minutos. A pé acho que levaria uns 10, 15 minutos.

Consegui visualizar vários sofás, puffs, cadeiras (com diferentes designs), baias de escritório, notebook, computador de mesa, monitores, salas de reunião e, claro, pessoas (usando laptop sentadas e outras em pé).

A disposição das mesas e divisão de salas pareceram se repetir a cada parte do círculo.

Ao chegar na portaria, desci do veículo e um profissional conferiu minhas credenciais. Começamos a andar dentro do "prédio disco voador". Foi então que conheci mais um pouco da região interna do círculo, liberado para poucos jornalistas - só Tilt, do Brasil, neste momento.

Foi possível ver funcionários circulando e um outro ângulo dos quatro andares do edifício de vidro — estava no térreo. A partir daqui não posso mais descrever o que vi, pois foi uma sessão com executivos da empresa numa sala de reunião. Não fui autorizada a gravar e nem tirar fotos.

Uma curiosidade das instalações do Apple Park é que a ventilação interna é natural, então não é preciso usar ar-condicionado, segundo a companhia. As estruturas foram desenhadas manter a temperatura ambiente equilibrada aproveitando a circulação de ar.

A sede da empresa tem uma das maiores instalações locais de energia solar do mundo, com 100% de energia renovável.

A área verde

A presença de áreas verdes é enorme no local. Em todos os lugares que circulei observei algo verde, da grama do lado de fora dos escritórios a árvores dentro dos corredores. Existem muitas árvores frutíferas, inclusive. Fui informada de que se os funcionários quiserem, eles podem comer os frutos colhidos.

Na época do anúncio de que a Apple construiria a sede, foi divulgado que mais de 9.000 árvores nativas e resistentes à seca ocupariam o local.

Os colaboradores também podem usar trilhas distribuídas pelo espaço fora do escritório para caminhadas e corridas. Existe também uma academia exclusiva para eles. Num dos percursos que fiz com o carro de golfe, pude ver a entrada dela.

A academia fica localizada bem próximo à estrutura retangular construída exclusivamente para a demonstração do Apple Vision Pro, óculos de realidade virtual e aumentada. No dia fui informada que o local possivelmente seria destruído após a WWDC.

Steve Jobs Theater

Para chegar ao auditório subterrâneo Steve Jobs, é preciso caminhar alguns minutos ao passar a área da recepção próxima ao centro de visitantes. Não consigo precisar ao certo a distância, mas o percurso não deve passar de dez minutos.

Em determinado ponto da caminhada, o complexo de vidros em formato de cilindro vai ficando visível no alto de uma colina. Para manter a linha de arquitetura e design, tudo também é bem transparente.

Para a WWDC 2023, a Apple reservou a parte de cima para exibir os novos computadores lançados. O teto metálico é feito de fibra de carbono, e existem duas escadas em forma espiral em suas extremidades.

Descendo uma ou outra, todos se deparam com a entrada do auditório e o nome Steve Jobs cravado no alto. Ele tem 1 mil lugares. Chegou a circular em 2017 que os assentos de couro custaram em torno de US$ 14.000 cada.

A Apple fechou o local nesse dia, mas separou uma parte na lateral oposta para mostrar o Vision Pro.

*A jornalista viajou a convite da Apple.

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